Rússia culpa sanções ocidentais pelo corte do fornecimento de gás à Europa
O Kremlin afirmou, nesta segunda-feira (5), que a interrupção do fornecimento de gás russo para a Alemanha através do gasoduto Nord Stream é de total responsabilidade do Ocidente. De acordo com Moscou, as sanções impostas à Rússia em razão da invasão da Ucrânia impedem a manutenção adequada das infraestruturas do setor energético.
"Os problemas de bombeamento [de gás] surgiram em consequência das sanções dos Estados ocidentais. Não há nenhuma outra razão para estes problemas", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
A declaração foi feita poucos dias após a paralisação completa do Nord Stream, gasoduto crucial para o abastecimento dos países europeus, que temem uma crise energética neste inverno, que começa em dezembro no hemisfério norte. "São estas sanções (...) que levaram à situação que estamos vendo agora", disse Peskov em uma entrevista coletiva por telefone.
O porta-voz do Kremlin também rebateu "categoricamente" as "tentativas incessantes" do Ocidente de "transferir a responsabilidade e a culpa" sobre a interrupção do fornecimento de gás para Moscou. "O Ocidente - neste caso a União Europeia, Canadá e o Reino Unido - é responsável pela situação ter chegado a tal ponto", sublinhou.
Dmitri Peskov voltou a justificar a interrupção do fornecimento de gás russo em razão de uma operação de "manutenção" que, segundo explicou, afeta a última turbina que funcionava até o momento. "Ela funciona mal. Há panes, o que faz com que o fluxo pare", avaliou.
A gigante russa Gazprom, por sua vez, indicou na sexta-feira ter descoberto "vazamentos de óleo" na turbina durante uma operação de manutenção, em uma estação de compressão localizada na Rússia.
Moscou alega que as sanções ocidentais adotadas após a ofensiva russa na Ucrânia impedem a entrega de uma turbina Siemens que havia sido enviada ao Canadá para ser consertada. A Alemanha, país onde a turbina está atualmente, garante que é a Rússia que está bloqueando a devolução desta peça-chave.
Nos últimos dias, a interrupção dos fluxos de gás entre a Rússia e a Alemanha, através do mar Báltico, acentuou ainda mais os temores dos europeus de enfrentarem uma crise energética sem precedentes.
Reunião para tratar da crise energética
O abastecimento da Europa com o gás russo é um dos assuntos na pauta do encontro que o presidente francês, Emmanuel Macron, terá na tarde desta segunda-feira por videoconferência com o chanceler alemão Olaf Scholz. Os líderes discutirão saídas para a crise energética e a solidariedade europeia para lidar com ela.
Analistas falam de uma nova rodada na queda de braço sobre a energia. Desde a manhã da quarta-feira (31), a Rússia interrompeu, mais uma vez, o fornecimento de gás natural para a Europa, normalmente realizado por meio do gasoduto Nord Stream 1.
Reflexo da crise energética, as bolsas europeias começaram a semana em queda, pressionadas pelo corte do fornecimento de gás pelo gasoduto Nord Stream 1. Frankfurt perdia mais de 2,5%, enquanto o euro caiu, brevemente, abaixo do limite de US$ 0,99.
(Com informações da AFP)
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