G7 concorda em ajudar na reconstrução da Ucrânia e refuta acusações de Moscou
O grupo das principais potências democráticas do mundo, o G7, concordou nesta sexta-feira (4) em estabelecer "um mecanismo de coordenação" para ajudar a Ucrânia a reparar e defender sua infraestrutura de eletricidade e abastecimento de água atingida nas últimas semanas pela Rússia.
Diante da intensificação dos ataques russos aos equipamentos civis com a aproximação do inverno, este mecanismo deve permitir a coordenação da ajuda concreta dos países para reparar as instalações e entregar "bombas de água, aparelhos de aquecimento, material para alojamento e instalações sanitárias, camas, cobertores, tendas ", explicou na véspera a chefe da diplomacia alemã Annalena Baerbock, cujo país detém a presidência do G7.
"Reiteramos nosso compromisso inabalável de continuar a fornecer o apoio financeiro, humanitário, político, técnico e de defesa que a Ucrânia precisa para aliviar o sofrimento de seu povo e defender sua soberania e integridade territorial dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas", disseram os ministros das Relações Exteriores do grupo, reunido em Münster, no oeste da Alemanha.
Em sua declaração final, eles também denunciaram a "retórica nuclear inaceitável" da Rússia.
"Qualquer uso de armas químicas, biológicas ou nucleares pela Rússia levará a graves consequências", alertaram.
AIEA nega que Ucrânia esteja desenvolvendo "bomba suja". Os países industrializados (Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Japão) também rejeitaram as "falsas" acusações de Moscou de que a Ucrânia está preparando "uma bomba suja".
A investigação levada a cabo pela agência da ONU AIEA "confirmou que estas alegações eram infundadas", sublinham.
O G7 vai continuar a impor "custos econômicos à Rússia e outros países, particulares ou instituições que prestam apoio militar à guerra de Moscou (...)", disseram os ministros do grupo.
A este respeito, reiteraram o apelo às autoridades de Belarus, que assegura que não quer envolver-se directamente na guerra, para que "parassem de permitir a guerra de agressão da Rússia", autorizando soldados russos a estacionar no seu território que A Rússia usou como base de retaguarda para a invasão da Ucrânia no final de fevereiro.
Narrativa russa. Em Moscou, Putin liderou as celebrações patrióticas do Dia da Unidade - um feriado que ele instituiu em 2005 para comemorar a defesa contra uma invasão polonesa em 1612.
Falando na Praça Vermelha para um grupo de voluntários patriotas, Putin disse que 318.000 recrutas se inscreveram desde que ele anunciou uma convocação militar em setembro, que já foi concluída.
Isso excedeu sua meta de 300.000 porque "os voluntários continuam chegando", afirmou. Desse número, 49.000 estavam participando de combates ativos.
O projeto de Putin levou à fuga do país de milhares de pessoas. O ex-líder da Rússia, Dmitry Medvedev, os chamou de "traidores covardes e desertores gananciosos".
O chefe do Kremlin disse que queria restaurar monumentos históricos nos territórios ocupados para que aqueles "que viveram sob propaganda louca e idiota por 30 anos" soubessem "de onde vieram seus ancestrais".
Ele destacou a cidade portuária de Mariupol, no Mar de Azov, que foi arrasada por semanas de batalhas em sua zona siderúrgica e caiu nas mãos dos russos em maio.
"Mariupol é uma cidade russa muito famosa - uma antiga, pode-se dizer -", disse Putin. Ele disse que as autoridades russas têm "muito em que trabalhar" nos planos de reconstrução da cidade.
A ofensiva de Putin na Ucrânia entrou em seu nono mês, forçando milhões a fugir do país e deixando milhares de soldados mortos em ambos os lados.
A Rússia atingiu recentemente as redes de energia da Ucrânia, com o presidente Volodymyr Zelensky dizendo que os ataques deixaram 4,5 milhões de pessoas sem energia.
(Com informações da AFP)
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