China denuncia 'reação excessiva' de americanos após balão ser abatido
O Ministério Chinês da Defesa denunciou neste domingo (5) a decisão dos Estados Unidos de derrubar, no sábado, um "balão de observação" chinês que sobrevoava o espaço aéreo americano havia vários dias. Pequim disse que "se reserva o direito" de responder ao que considerou uma "reação excessiva evidente".
Para Washington, o mecanismo era um balão espião: o Pentágono classificou o incidente como uma "violação inaceitável" da soberania americana. A China, por sua vez, garante que o instrumento era para uso civil de uma estação de observação meteorológica, que teria entrado por engano no espaço aéreo americano devido às correntes de ar.
Um caça americano F-22 derrubou o suposto balão espião neste sábado, na costa da Carolina do Sul. O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, disse que "a ação deliberada e legal" da operação "mostra que o presidente Joe Biden e sua equipe de segurança nacional sempre colocarão a segurança do povo americano em primeiro lugar". O secretário acrescentou que o balão "era usado pela China em uma tentativa de vigiar locais estratégicos" dos Estados Unidos.
Em Maryland, Joe Biden parabenizou os pilotos pela missão, ocorrida acima de águas territoriais americanas. A operação aconteceu depois que três aeroportos do sudeste americano foram temporariamente fechados em meio ao que a Administração Federal de Aviação chamou de "esforço de segurança nacional". O tráfego aéreo foi retomado após a queda do balão.
Recuperação de destroços
Em imagens exibidas por canais de TV americanos, o balão parecia cair verticalmente após um impacto. Quando foi derrubado, estava a 18 quilômetros de altitude e a 11 quilômetros da costa.
Na sequência, o governo da China declarou sua "forte insatisfação" com a operação. "A China expressa sua forte insatisfação e protesta contra o uso da força pelos Estados Unidos", disse o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado. Washington "violou seriamente as práticas internacionais", segundo a mesma fonte.
Biden havia dado na quarta-feira (1°) ordem para derrubar o balão "o mais rápido possível", mas o Pentágono queria esperar "o lugar mais seguro para fazê-lo" e evitar danos ao solo quando o balão caísse. A medida também foi bem recebida pelo primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. "Juntos (...) continuaremos a nos proteger e nos defender", disse ele em um tuíte, no sábado.
As operações de recuperação dos restos do instrumento, que podem envolver mergulhadores, estavam em andamento. Os destroços estão em águas rasas, "isso vai facilitar bastante", disse um alto oficial militar.
Abalo diplomático
Este caso esfriou as relações entre Washington e Pequim, levando ao adiamento de uma visita que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, faria à China. Seria a primeira viagem de um chefe da diplomacia dos Estados Unidos a Pequim desde outubro de 2018.
De acordo com funcionários do Pentágono, o balão entrou primeiro no espaço aéreo dos EUA em 28 de janeiro sobre o Alasca, antes de entrar no Canadá em 30 de janeiro e depois voltar ao espaço aéreo americano no nível de Idaho, no noroeste dos Estados Unidos, em 31 de janeiro.
Mas os americanos só souberam da existência do balão na quinta-feira, quando sobrevoava Montana, que abriga silos de mísseis nucleares. Ele então gradualmente se mudou para o leste do país.
"Saúdo a liderança do presidente Biden por atirar o balão chinês sobre a água para manter todos os americanos seguros", tuitou o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, no sábado. "Agora podemos recolher os equipamentos e analisar a tecnologia utilizada" pela China, acrescentou.
Na sexta-feira, o Pentágono disse que um segundo balão chinês foi avistado sobre a América Latina. "Os balões de vigilância chineses passaram brevemente sobre os Estados Unidos pelo menos três vezes durante o governo anterior, e uma vez no início deste governo, pelo que sabemos, mas nunca por tanto tempo", disse um oficial no sábado.
Com informações de Reuters e AFP
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