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Li Qiang, aliado de Xi Jinping, é nomeado primeiro-ministro da China

11.mar.23 - O presidente da China, Xi Jinping (à esquerda), fala com o recém-eleito primeiro-ministro Li Qiang (à direita) durante a quarta sessão plenária do Congresso Nacional do Povo (APN) no Grande Salão do Povo em Pequim - POOL/via REUTERS
11.mar.23 - O presidente da China, Xi Jinping (à esquerda), fala com o recém-eleito primeiro-ministro Li Qiang (à direita) durante a quarta sessão plenária do Congresso Nacional do Povo (APN) no Grande Salão do Povo em Pequim Imagem: POOL/via REUTERS

11/03/2023 07h26Atualizada em 11/03/2023 07h46

Considerado um dos confidentes mais próximos de Xi Jinping, Li Qiang foi nomeado o novo primeiro-ministro da China neste sábado (11), um dia após o presidente ter conquistado um terceiro mandato sem precedente. Conheça o perfil deste político.

O ex-líder do Partido Comunista em Xangai, que supervisionou os dois meses de confinamento caótico contra a Covid na primavera (Hemisfério Norte) passada, sucede Li Keqiang, que estava no cargo desde 2013.

O político de 63 anos recebeu quase todos os votos dos delegados reunidos na sessão anual do Assembleia Popular Nacional, que havia reeleito Xi por unanimidade na véspera por mais cinco anos como chefe de Estado.

A resolução de Xi nomeando Li Qiang como primeiro-ministro foi lida no enorme salão do Grande Salão do Povo em Pequim na manhã deste sábado.

Durante a votação, que terminou com 2.936 votos a favor, três contra e oito abstenções, Xi e Li demonstraram cumplicidade, trocando sorrisos e cortesias.

Após sua nomeação, ele jurou com o punho direito levantado e a mão esquerda sobre a Constituição "trabalhar duro na construção de um grande país socialista moderno".

O primeiro-ministro da China dirige o Conselho de Estado. As suas funções estão tradicionalmente ligadas à gestão cotidiana do país e à condução da política macro-econômica.

A ascensão de Li parecia estar em risco após sua gestão do lockdown de Xangai, a cidade mais populosa e centro econômico da China, cujos moradores lutavam para ter acesso a alimentos e cuidados médicos.

Mas essa mancha foi deixada de lado diante da estratégia de Xi de cercar-se de fiéis nos mais altos escalões do poder, e em outubro foi promovido a número dois do Partido Comunista.

Confiança

Ao contrário da maioria de seus predecessores, Li Qiang não tem experiência no governo central, mas possui extensa experiência na administração local, comandando as províncias costeiras orientais de Zhejiang e Jiangsu.

Li, que começou sua carreira como operador de estação de bombeamento de irrigação, era chefe de gabinete de Xi quando liderou o partido em Zhejiang de 2004 a 2007.

Suas rápidas promoções desde então refletem o alto nível de confiança que o presidente chinês deposita nele, o que o levou ao cargo de secretário do partido em Xangai em 2017.

Li Qiang assume o cargo de primeiro-ministro num momento de claro abrandamento da segunda maior economia do mundo, fragilizada por três anos de inflexível política de "zero Covid".

Para 2023, o governo chinês estabeleceu uma meta de crescimento do PIB "em torno de 5%", uma das menores em décadas.

Obstáculos

Seu antecessor, Li Keqiang, economista por formação, viu seus planos de reformas econômicas frustrados pela crescente autoridade de Xi.

"É improvável que Li Qiang tenha autoridade para desenvolver ainda mais" esse caminho de reforma, disse o cientista político Willy Lam, da Universidade Chinesa de Hong Kong.

Até porque Xi Jinping "insiste na necessidade de um controle mais rígido da economia por parte do Estado e do partido", ao contrário do que vem sendo praticado desde o final dos anos 1970, aponta Lam.

Neste sábado, os deputados também nomearam Zhang Youxia e He Weidong como vice-presidentes da Comissão Militar Central, presidida por Xi, e Zhang Jun como presidente do Supremo Tribunal.

Ying Yong, ex-chefe do partido na província de Hubei (centro), onde foram identificados os primeiros casos de Covid, foi promovido a procurador-geral da Procuradoria Popular Suprema.

Além disso, Liu Jinguo passa a chefiar a Comissão Nacional de Supervisão, órgão encarregado do combate à corrupção.