Israel revela plano para o pós-guerra em Gaza sem a presença do Hamas e de civis israelenses
Horas antes da chegada do secretário de Estado americano Antony Blinken ao Oriente Médio nesta sexta-feira (5), o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, apresentou um plano de "pós-guerra" para a Faixa de Gaza. Segundo a proposta, nem o Hamas nem uma administração civil israelense irão controlar o território palestino.
Gallant apresentou as linhas gerais do plano à imprensa nessa quinta-feira (4) antes de submetê-lo ao gabinete de guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O governo israelense se mostra dividido nas últimas semanas sobre o curso da guerra contra o Hamas, que comanda a Faixa de Gaza desde 2007.
Segundo o plano, as operações no território vão continuar até a "devolução dos reféns", o "desmantelamento das capacidades militares e do governo do Hamas", e "a eliminação das ameaças militares na Faixa de Gaza".
Em seguida, virá o "dia depois" da guerra, na qual "o Hamas não controlará mais Gaza", de acordo com o plano, que ainda não foi adotado pelo governo.
O ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, havia pedido na segunda-feira (1°) o retorno dos colonos judeus a Gaza após a guerra e "incentivado" os palestinos a emigrar. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, também de extrema direita, fez a mesma proposta.
"Liberdade de ação"
Mas o ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou na quinta-feira que "não haverá presença civil israelense na Faixa de Gaza assim que os objetivos da guerra forem alcançados". Contudo, esclareceu que o exército israelense vai manter sua "liberdade de ação" no território para enfrentar qualquer ameaça.
"Os habitantes de Gaza são palestinos. Em consequência, entidades palestinas vão se encarregar [da gestão] com a condição de que não haja nenhuma ação hostil ou ameaça contra o Estado de Israel", acrescentou Gallant.
No entanto, ele não deu detalhes sobre qual entidade palestina irá governar o território de 2,4 milhões de habitantes.
O plano do ministro da Defesa foi apresentado na véspera de uma visita ao Oriente Médio do secretário de Estado americano Antony Blinken, que busca conter a propagação da guerra entre Israel e Hamas.
(Com AFP)
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