Conteúdo publicado há 2 meses

Greve da Torre Eiffel por tempo indeterminado deixa Paris sem sua maior atração turística

O fechamento da Torre Eiffel nesta segunda-feira (19) devido a uma greve por tempo indeterminado provocou raiva e incompreensão entre os turistas que vieram de longe para visitar a "Dama de Ferro". Os sindicatos dizem que estão "preocupados" e acusam a prefeitura de impor um modelo econômico insustentável.

"Se soubéssemos que havia um problema com os funcionários, teríamos mudado a data", diz Gabriel Mimica, "surpreso" com a greve, apesar de ter "planejado tudo para hoje". O argentino de 42 anos, que está visitando Paris pela primeira vez com sua família, ainda tem três dias para tentar a sorte, mas isso significaria "desistir de ir em outro lugar".

Elie Bou-Khalil e Chama Ghaiti, que vieram de Pau, no sudoeste da França, para um fim de semana prolongado, estão "desapontados", especialmente porque "logo terão mais de 25 anos" e, portanto, perderão o desconto de 50% do preço da entrada para jovens: 14,70 euros em vez de 29,40 para chegar ao topo.

Courtney Scott e seu namorado estão "arrasados". "Deixamos nosso bebê em casa para essa escapada romântica e não podemos subir", lamentou a irlandesa de 30 anos.

Greve contra a gestão

O fechamento foi decidido pelos dois sindicatos de funcionários do monumento, CGT e FO, para "denunciar a atual administração, que está levando a empresa que administra o monumento diretamente às piores dificuldades".

Em particular, os dois sindicatos têm como alvo a Prefeitura de Paris, acionista ultra-majoritário da empresa, que, segundo eles, está impondo um modelo "insustentável" à gestão do monumento.

Trata-se de um equilíbrio entre receitas e despesas que foi seriamente prejudicado pela crise da Covid-19, que levou a um déficit de cerca de 120 milhões de euros em 2020 e 2021.

Para fazer frente a isso, a Sociedade de Exploração da Torre Eiffel (SETE) se recapitalizou com 60 milhões de euros no mesmo ano, mas "o modelo básico", que previa um aumento das taxas para o município, "não foi modificado", lamenta Alexandre Leborgne, representante da CGT.

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Custo das reformas

Os sindicatos também expressam sua "preocupação" com a quantidade de reformas realizadas nos últimos anos, que "aumentaram em 128 milhões de euros desde 2019".

Apesar das somas investidas, "são visíveis numerosos pontos de corrosão, sintomas de uma deterioração preocupante do monumento de 135 anos", afirmam, com referência particular à pintura que está chegando ao fim às vésperas dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

O custo dessa campanha "ficou fora de controle", com "100 milhões de euros investidos" para pintar "apenas 3% do monumento", denunciam os sindicatos.

Eles pedem a criação de um "fundo especial de dotação" para fazer frente a futuras "despesas colossais".

Inaugurada em 1889 para a Exposição Universal de Paris, a Torre Eiffel rapidamente se tornou um símbolo da capital e da França. Em 2023, ela recebeu 6,3 milhões de visitantes, mais do que em 2019, antes da pandemia de Covid.

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(Com AFP)

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