França: extrema direita segue na frente para as eleições legislativas, mas é alvo de protestos

A extrema direita francesa e os seus aliados de direita lideram as intenções de voto no primeiro turno das eleições legislativas com 35,5% das intenções de voto, seguida pela Nova Frente Popular de esquerda (29,5%), enquanto o campo presidencial de Emmanuel Macron aparece em terceiro lugar (19,5%), de acordo com pesquisa Ipsos divulgada neste sábado (22).

Nesta pesquisa para o jornal Le Parisien e a Radio France a uma semana da votação, o partido de direita Les Républicains (LR, Os Republicanos), que não aderiu à aliança entre o seu presidente, Eric Ciotti, e a extrema direita, aparece na quarta posição, com 7% das intenções de voto.

Os resultados da pesquisa anunciam um forte aumento da participação dos eleitores em relação a 2022, de 47,5% para 64% dos franceses afirmando que pretendem ir às urnas.

De acordo com esta pesquisa, que não faz projeção sobre os assentos na Assembleia Nacionai, os eleitores do Reunião Nacional (RN, extrema direita) são os mais seguros de suas escolhas, com apenas 13% deles acreditando que o seu voto ainda pode mudar, contra 19 % na esquerda, 29% no caso da maioria presidencial e 48% dos eleitores do LR.

A pesquisa foi realizada online entre os dias 19 e 20 de junho de 2024, em uma amostra representativa de 2.000 pessoas inscritas nas listas eleitorais. A margem de erro está entre 0,7 e 2,6 pontos.

Protestos 

Cerca de 4.000 pessoas protestaram pacificamente neste sábado em Nantes, no oeste da França, contra o avanço da extrema direita. O cortejo foi seguido por uma forte escolta policial e não houve confrontos.

Do Château des Ducs de Bretagne, passando pela prefeitura, os manifestantes brandiam cartazes com slogans como: "seja verde e contra os reacionários" ou "o verão será quente sem os fascistas".

Algumas mulheres carregavam bandeiras e slogans feministas. "As ideias da extrema direita ameaçam os direitos das mulheres, uma vez que um certo número de direitos são claramente postos em causa, como o direito ao aborto", disse à AFP Amélie De Schepper, professora.

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Para Magalie Maisonneuve, uma empregada doméstica de 38 anos, uma vitória da extrema direita nas eleições legislativas significa que "as pessoas vão ser menos contidas sobre o racismo, ficarão totalmente desinibidas". "Temo pelo meu filho, pelo acesso ao emprego e à habitação", confidencia ela.

A prefeitura do Loire-Atlantique confirmou que o número de participantes atingiu "4.000 no auge da manifestação".

(Com AFP)

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