Médicos fazem greve na Índia para denunciar estupro e assassinato de colega

Médicos indianos iniciaram uma greve de 24 horas no sábado (17) para protestar contra o estupro e assassinato de uma colega de 31 anos na semana passada em Calcutá, no leste do país. Mais de um milhão de profissionais da saúde devem se unir ao movimento e muitos hospitais e clínicas fecharam as portas aos pacientes.

Os médicos dos hospitais públicos de diferentes estados da Índia interromperam, em 12 de agosto, todos os atendimentos não urgentes por tempo indeterminado para pedir justiça e mais segurança no trabalho. Mas no sábado, a Associação Médica Indiana (IMA) intensificou o movimento decretando uma greve de 24 horas, com exceção dos prontos-socorros.

O corpo da médica assassinada foi encontrado em 9 de agosto em um auditório do hospital universitário onde a jovem teria ido descansar, após um plantão de 36 horas. Uma autópsia confirmou o estupro e o homicídio. Em uma queixa feita a um tribunal, os pais da vítima disseram que suspeitam que tenha sido um estupro coletivo

A morte da jovem médica desencadeou protestos em toda a Índia, que recordam a onda de choque causada no país, em 2012, pelo estupro coletivo e assassinato de uma estudante de 23 anos em um ônibus, em Nova Delhi.

Leis não diminuíram violência contra mulheres

Apesar da adoção pelo governo indiano de uma legislação mais dura desde este ataque, os ativistas que lutam contra a violência contra as mulheres acreditam que a situação pouco mudou.

A IMA fez um apelo a uma melhor proteção dos profissionais de saúde e a uma investigação rápida do crime "bárbaro" em Calcutá. As investigações foram confiadas esta semana à CBI, a Polícia Federal indiana.

"As mulheres constituem a maioria da nossa profissão neste país. Repetidas vezes, solicitamos que a sua segurança seja garantida", lamentou o presidente da IMA, R. V. Asokan, em comunicado.

As violências sexuais contra as mulheres são comuns na Índia, com uma média de 90 estupros denunciados por dia em 2022 em um país de 1,4 bilhão de habitantes.

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(Com AFP e Reuters)

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