Marcel Powell faz turnê na Europa de seu novo disco instrumental Horizon

Nascido em Paris, o violonista brasileiro Marcel Powell está de volta à Europa em uma turnê que passa não só pela França, mas pela Bélgica, Alemanha e Áustria. Ele apresenta o novo álbum "Horizon", um retrato musical do seu trabalho, que tem raízes na música brasileira, no jazz e na música clássica, além de mostrar um pouco do legado musical de seu pai, Baden Powell, que permanece vivo e atual. Em entrevista à RFI Brasil, Marcel Powell falou sobre o seu 11.º álbum de música instrumental, com releituras de outros artistas e composições próprias.  

Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris 

Horizon, o tema que dá nome ao disco, é uma releitura de Baden Powell (1937-2000), com quem Marcel aprendeu a tocar violão. O álbum é composto predominantemente por temas autorais, mas tem releituras de outros compositores como Tom Jobim, Ivan Lins e algumas participações especiais. "Tem a participação de um músico brasileiro que mora na França já há alguns anos, o grande trombonista Roberto Oliveira, que toca comigo um tema que eu compus com o pianista brasileiro Gilson Peranzzetta. E tem uma participação de um cantor belga chamado David Linx, em que nós fizemos o 'Bilhete', do grande Ivan Lins e Vitor Martins", afirma Marcel. 

Disponível em todas as plataformas digitais, Horizon ainda tem um tema composto por um dos 20 filhos do compositor Johann Sebastian Bach, Carl Philipp Emanuel Bach. "É um clássico e eu tenho uma relação com esse tema porque foi um dos primeiros que aprendi a tocar no violão, quando estudava com o meu pai", conta Marcel. "Eu tenho uma lembrança muito forte, afetiva inclusive, de quando estudei violão com Baden, durante quase dez anos, diariamente, dos nove até os meus 18, quando ele faleceu", completa o artista.

A herança musical 

Baden Powell revolucionou a maneira de tocar violão e de compor no auge da Bossa Nova, influenciando e formando gerações de instrumentistas pelo mundo. Marcel Powell teve a sorte de aprender com ele em casa, mas também viajando nas turnês do pai. "A minha vida profissional começou aos nove anos de idade, quando ele resolveu colocar meu irmão e eu para estrearmos. Nesse primeiro show, estava sentado na plateia nada menos do que Rafael Rabello, violonista e compositor brasileiro. E eu tive realmente esse privilégio, essa bênção divina", completa.  

Em Paris, o show acontece na terça-feira (22) no Sunset, no Festival Jazz Sur Seine, quando Marcel se apresentará em duo com David Linx, artista que conheceu em 2011, em um show em homenagem ao pai. "O David estava lá e cantou um tema do meu pai em português, apesar de não falar português. Ele é um cantor de jazz, faz muitos vocais de improviso e agora nós fazemos essa parceria", afirma. "O improviso não significa fazer qualquer coisa na hora, mas é o improviso dentro de um arranjo, ter a liberdade de fazer algo improvisado, mas dentro de parâmetros", explica. "A gente não colocou limite de gênero: estamos tocando clássicos do jazz, como o Thelonious Monk, ou Chico Buarque, Tom Jobim e Baden", completa. 

Marcel Powel também fala sobre a emoção de se apresentar na França. "Desde 2022, eu tenho feito duas turnês por ano e é sempre muito especial, porque aqui foi a cidade onde eu nasci, a cidade que o Baden e a minha mãe Sílvia se conheceram, em 1974. Então, é sempre muito especial, fica sempre aquela expectativa alta do que vai acontecer eu fico sempre muito feliz", conclui.  

Datas dos próximos shows:

22/10 duo Marcel Powell e David Linx, no Sunset, em Paris

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24/10 (solo) no Blue Note, em Estrasburgo (França)

25/10 (solo) no Gitarrenfestival, em Bad Wildungen (Alemanha)

31/10  duo Marcel Powell com David Linx, no Porgy & Bess, em Viena (Áustria)

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