Trump nomeia chefe de gabinete que ajudará a implantar projeto contra migrantes clandestinos

Donald Trump, recém-eleito, pretende iniciar seu mandato implementando uma promessa de campanha: o maior plano de deportação de migrantes clandestinos da história americana, que pode afetar milhões de pessoas. 

Guillaume Naudin, correspondente da RFI em Washington

Para colocar seu projeto anti-imigração em prática, Trump nomeou Susie Wiles, codiretora de sua campanha, chefe de gabinete da Casa Branca. Aos 67 anos, ela será a primeira mulher a ocupar o cargo. "Susie é forte, inteligente, inovadora e é admirada e respeitada por todos", disse o republicano em um comunicado. "É uma honra ter Susie como a primeira chefe de gabinete na história dos Estados Unidos", disse Trump, dois dias após sua vitória nas urnas.

Filha de um ex-jogador de futebol americano, Wiles é uma defensora leal de Donald Trump, liderou sua campanha na Flórida em 2016 e co-liderou a campanha nacional que resultou na eleição do magnata para seu primeiro mandato.

Biden promete uma transição pacífica e Trump disse que pretende almoçar com ele em breve. Este será o primeiro encontro deles após o debate que obrigou Biden a desistir da disputa à reeleição e ser substituído pela sua vice, Kamala Harris, derrotada nas urnas na última quarta-feira (6).

Na quinta-feira, Biden reagiu à vitória de Trump. Segundo ele, a discussão sobre a integridade do sistema eleitoral americano estava encerrada. "Uma derrota não significa que estamos derrotados". Para Biden, "os reveses são inevitáveis, mas se render é imperdoável". 

Biden viajará para a cúpula da Apec, no Peru, e, na sequência, passará pelo Brasil, onde realizará uma visita inédita à Floresta Amazônica e participará da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, segundo a Casa Branca.

Equipe de governo

Trump está em sua mansão, em Mar-a-Lago, na Flórida, para escolher sua próxima equipe de governo. Desde a sua vitória, falou com "provavelmente" 70 líderes mundiais. O presidente russo Vladimir Putin não está na lista. "Acho que ainda conversaremos", declarou Trump à rede NBC News.

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Robert F. Kennedy Jr., o ativista antivacina herdeiro da dinastia política americana que renegou os democratas, e o bilionário Elon Musk, que se envolveu diretamente na campanha, também podem integrar a equipe de governo.

Kennedy declarou à NBC News que não vai tirar as vacinas "de ninguém", mas reiterou que recomendará eliminar o flúor do abastecimento de água. O presidente eleito quer a ajuda de Musk para reduzir os gastos públicos, apesar de a economia americana estar estabilizada, segundo o FMI.

Condenado pela Justiça, Trump será o presidente mais idoso da história a tomar posse e terá o apoio do congresso. Os republicanos dominam o Senado e devem assumir o controle da Câmara de Representantes.

Entre suas prioridades estão a deportação dos migrantes em situação irregular e a imposição da pena de morte aos traficantes de drogas e de pessoas.

No setor econômico, o magnata pretende aumentar as tarifas alfandegárias, principalmente sobre os produtos chineses, e incentivar a extração de petróleo. Na política externa, ele defende o fim da guerra na Ucrânia e apoia o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em sua ofensiva em Gaza.

(RFI e AFP)

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