Franceses querem que seus bistrôs e cafés sejam patrimônio imaterial da humanidade

Eles são símbolo de um modo de vida francês. Reunida em assembleia nesta sexta-feira (15), uma associação liderada por proprietários de bistrôs e cafés da França decidiu solicitar a inclusão desses locais como patrimônio imaterial da humanidade.

"Vamos lembrar ao mundo inteiro que a França é o berço de uma certa forma de convivência", explicou Alain Fontaine, proprietário de bistrô e presidente desta associação que já trabalhou para que bistrôs e cafés fossem tombados como patrimônio imaterial francês, no mês de junho.

O próximo alvo é a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que gere a lista do patrimônio imaterial da humanidade. A associação prevê quatro anos para que a instituição internacional inclua "práticas sociais e culturais em bistrôs e cafés na França" na lista, assim como já aconteceu com a baguete, em 2022. Mais do que os ingredientes que a compõem (farinha, água, sal e fermento), a distinção foi dada pelo "savoir-faire", a forma particular de preparar, amassar e assar esse tipo de pão. 

O reggae, estilo musical jamaicano que conquistou fama em todo o planeta graças a artistas como Bob Marley, também integra a lista de Patrimônio Imaterial da Humanidade, da Unesco.

Agora, "vamos mostrar ao mundo esta forma muito francesa de abordar todos os assuntos no bistrô, sejam eles prosaicos ou muito sérios, mas sempre com tranquilidade", continuou Alain Fontaine, "mesmo que às vezes haja divergências".  

Fomentar o turismo

Com esse reconhecimento, os proprietários de bistrôs esperam transformar os locais em atrações turísticas. Acima de tudo, a medida tem por objetivo "preservar a profissão de dono de bistrô, hoje em perigo", segundo a associação.

O número de bistrôs no país diminuiu em dez vezes, desde 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, lembra Alain Fontaine.

 "A arte do bistrô e do café deve ser salvaguardada, está desaparecendo, embora contribua para a atratividade e socialização do país", conclui. 

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 A associação espera elaborar um primeiro processo para o ministério da Cultura até junho, que por sua vez apresentará os candidatos de sua escolha à Unesco.

(Com AFP)

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