Justiça de Moçambique ratifica vitória de partido governista há 50 anos no poder; oposição protesta

O Conselho Constitucional de Moçambique ratificou nesta segunda-feira (23) a vitória da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido que está no poder há meio século, nas eleições de outubro. O resultado foi constestado por opositores nas ruas em protestos que deixaram mais de 100 mortos.

O candidato à presidência da Frelimo, Daniel Chapo, recebeu 65% dos votos, segundo o Tribunal Constitucional, que revisou os primeiros resultados, que apontavam quase 71% dos votos para Chapo.

Seu principal rival, Venancio Mondlane, alertou que uma confirmação da vitória da Frelimo poderia levar o país a um cenário de "caos".

Os resultados eleitorais são rejeitados pela oposição, em particular pelo partido extraparlamentar 'Podemos', cujo candidato presidencial, Venâncio Mondlane, convocou regularmente manifestações e bloqueios por todo o país.

Repressão

A repressão desses movimentos deixou mais de 130 mortos, de acordo com organizações da sociedade civil, polarizando a população.

Para o cientista político Justino Quina, entrevistado pela RFI, houve uma radicalização de posições. Só que "o país não tem condições de viver períodos de instabilidade cíclica", adverte o pesquisador.

(Com AFP)

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