Homem é torturado e espancado ao ser cobrado de pagamento de dívida no MT
Um homem foi torturado, espancado e humilhado durante cobrança de uma dívida de R$ 500 no município de Tangará da Serra, região médio-norte do Mato Grosso. As agressões foram filmadas por uma pessoa que acompanhou o investigado do crime, e, desde o último sábado (4), vêm circulando na internet.
O homem que aparece nas imagens agredindo e o que filmou a sessão de tortura foram presos na manhã de hoje pela Polícia Civil de Mato Grosso, após cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela 2ª Vara criminal de Tangará da Serra. As prisões ocorreram em ação conjunta da Delegacia de Tangará da Serra e da Gepol (Gerência Estadual de Polinter e Capturas).
"Nas imagens, os suspeitos aparecem restringindo a liberdade, torturando e causando intenso sofrimento físico como forma de aplicar um castigo na vítima. O suposto motivo do crime seria o fato de a vítima uma dívida em dinheiro com os suspeitos", informou em nota a Polícia Civil de Mato Grosso.
Na filmagem, a vítima é contida em uma parede, enquanto um homem cobra a dívida e inicia as agressões, e uma pessoa filma sem intervir. O homem empurra a vítima na parede segurando-a pela camisa e indaga sobre o tempo que ela deve o dinheiro. "Por que você tá me enrolando até hoje por causa de mixaria?", pergunta o agressor. "Oh, Gustavo, eu não tô (sic) te enrolando, velho. Não tô (sic) fugindo de te pagar, é porque eu não tenho dinheiro mesmo", explica a vítima.
O homem dá tapas no rosto da vítima e quebra uma garrafa de cerveja na cabeça dela. "Se ajoelha e pede desculpa, bota a cara aqui que vou te dar um tapa", diz. O homem se ajoelha e continua a ser agredido. "Não adianta você chorar", diz o homem que filma.
Após uma série de tapas no rosto da vítima, o agressor humilha a vítima a ordenando a ficar de quatro no chão, afirmando que aquele modo é uma posição sexual. As agressões físicas pioram quando o homem começa a dar uma série de chutes e socos no rosto e corpo da vítima. "Tá defendendo a cara? Eu sou bandido!", diz o agressor.
Na sequência, o agressor desfere chutes contra a vítima, que cai e tenta se desvencilhar. A vítima pede que as agressões parem e explica que não tem dinheiro para pagar a dívida, mas que o homem pode levar o que quiser do local como pagamento. O espaço parece uma oficina mecânica, pois tem diversos veículos a serem reparados.
"Ô, Gustavo, pode pegar o que você quiser. Eu devo, eu tenho que pagar", diz a vítima, enquanto é agredida fisicamente. O agressor obriga a vítima a chamá-lo de senhor em vez de você. "Eu não sou bandido, não. Por favor, seu Gustavo. Eu imploro, pode pegar o que o senhor quiser", pede. O vídeo finaliza com o segundo homem dizendo "tá bom, tá bom".
A Polícia Civil informou que a delegacia de Tangará da Serra iniciou as investigações assim que tomou conhecimento do vídeo e conseguiu identificar o autor das agressões, assim como o responsável pela filmagem.
O delegado Adil Pinheiro de Paula coordenou as investigações e entrou com representação na Justiça pedindo a expedição de mandado de prisão preventiva contra os investigados do crime.
A Polícia Civil de Mato Grosso não divulgou o nome dos dois homens presos e nem da vítima. Os homens foram presos após expedição de mandado de prisão pela 2ª Vara criminal de Tangará da Serra.
O homem agredido está em outra cidade com medo de sofrer represálias, pois, segundo familiares, os homens apontados como agressões participam de uma facção criminosa, inclusive com passagem no sistema prisional do Mato Grosso. Familiares da vítima informaram ao UOL que não vão comentar sobre o assunto.
Durante o cumprimento de mandado de prisão, a polícia localizou um dos investigados do crime em uma fazenda localizada a aproximadamente 35 km de Tangará da Serra. A prisão dele ocorreu em ação coordenada pelo delegado Adil Pinheiro de Paula. O segundo homem foi preso pela equipe da Polinter, em um hotel localizado na avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.
Após prestarem depoimento à polícia, os dois presos foram encaminhados ao sistema prisional. A Polícia Civil informou que eles não apresentaram advogado durante a prisão e interrogatório. Eles devem ser assistidos por um defensor público durante o processo caso não constituam um advogado. A reportagem tentou localizar a defesa dos presos, durante o dia de hoje, mas não conseguiu.
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