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Lésbicas e mulheres bissexuais marcham contra a homofobia em São Paulo

Marli Moreira

Da Agência Brasil, em São Paulo

09/06/2012 19h15

Um grupo de mulheres que defende o direito da escolha de se relacionar com pessoas do mesmo sexo promoveu um ato com o objetivo de tornar a causa delas mais visível à sociedade. “As agressões [que sofremos] são muito veladas e aqui na região da Paulista tem tido muitos casos de homobofia e também lesbofobia”, apontou Márcia Balades, uma das organizadoras da 10ª Caminhada de Lésbicas e Mulheres Bissexuais do Brasil.

A manifestação ocorreu na tarde deste sábado (9), na praça Oswaldo Cruz, no bairro do Paraíso, de onde o grupo seguiu em passeata pela avenida Paulista, ocupando uma das pistas de rolamento. Pelos cálculos de Balades, a expectativa era reunir cerca de 3.000 pessoas, mas, na contagem da Polícia Militar, o número foi bem menor -- em torno de 600.

Balades justificou ter organizado o ato um dia antes da tradicional Parada Gay porque esta última é mais voltada para os homens com opção homosexual, embora reconheça que as reivindicações são semelhantes.

Ela defendeu a aprovação do projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional que prevê a criminalização da homofobia. “Nos também estamos comemorando a união estável e combatemos a lesbofobia e queremos direitos igualitários para todos e todas”. Segundo ela, em alguns casos, as lésbicas ou bissexuais são discriminadas em consultas médicas e não raro há relatos de agressões nas ruas.

Durante a manifestação, a pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Regina Faccini, informou que em levantamentos que fez nas edições da Parada Gay nos anos de 2005, 2006 e 2009 identificou que entre 15% e 18% dos entrevistados já tinham sofrido algum tipo de violência por serem gays.

A moradora de Brasília e natural de Fortaleza, Isabel Amora, de 34 anos, usou uma peruca rosa de colorido expressivo para chamar a atenção para a luta de maior visibilidade. Ela defendeu que haja mais locais, produtos e serviços voltados para as lésbicas. “Já fui vítima de violência verbal e acho que devemos ter direitos iguais.”