Gerente do tráfico na Chatuba fez mãe de escudo antes de ser apreendido, diz PM do Rio
O adolescente de 16 anos conhecido como Foca, apreendido na manhã desta quinta-feira (13) suspeito de ser gerente do tráfico da favela da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense, fez a própria mãe refém quando a casa onde estava foi invadida pela polícia, afirmou a PM.
Segundo informações do 20º BPM (Mesquita), Foca seria o principal aliado de Remílton Moura da Silva Júnior, o "Juninho Cagão", apontado como o chefe da quadrilha.
Foca estava na casa da família, no bairro Jacutinga, onde também ocorreu a chacina. Quando os policiais invadiram a residência, o jovem fez a mãe de escudo, ficando atrás dela. Segundo o comandante do 20º BPM, tenente-coronel Marcos Borges Silva, a mãe pedia ao filho a todo o momento que se entregasse. O adolescente chegou a simular que estava armado.
A apreensão do menor foi facilitada pela ausência de armas na casa da mãe, onde foi encontrado. Segundo o comandante do 20º BPM, ela contou aos policiais que proibia a presença de arma.
"Ela disse que não deixava entrar arma nenhuma dentro de casa. Ele só poderia ficar lá se obedecesse à ordem da mãe", disse o tenente-coronel.
Ainda segundo o comandante, Foca confirmou ser gerente do tráfico da Chatuba, mas negou envolvimento nas últimas mortes na comunidade.
O jovem teria afirmado ainda aos policiais que os líderes do tráfico da Chatuba saíram da favela com medo da reação das forças de segurança pública. Foca foi levado à delegacia de Mesquita (53ª DP). Ele já tinha passagem por tráfico, porte ilegal de armas e roubo.
Ocupação
Desde que a PM invadiu a Chatuba, na terça-feira (11), e instalou uma companhia de 250 policiais de diferentes batalhões e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) destacada para patrulhar a comunidade 24h por dia --a medida foi tomada em caráter emergencial depois que ocorreram 12 mortes em apenas três dias--, 24 pessoas já foram presas, sendo a maioria por porte de drogas.
Entre os detidos, Foca é o segundo suspeito acusado de ter ligação direta com a chacina. Na quarta-feira (12), a Polícia Civil apresentou Daniel Dias Cerqueira dos Santos, 22, ex-militar do Exército. Ele foi reconhecido pelo pai de uma das vítimas.
De acordo com a investigação, Santos teria ordenado disparos contra parentes durante a busca aos jovens assassinados no Parque Natural de Gericinó, local no qual os corpos foram encontrados.
O crime
Os corpos dos adolescentes foram encontrados na última segunda-feira (10) nas margens da rodovia Presidente Dutra, no município de Mesquita, na Baixada Fluminense.
Moradores de Nilópolis, também na Baixada, eles se dirigiam, na última sexta-feira (7), para uma cachoeira no parque Gericinó, próximo à comunidade da Chatuba, quando traficantes da localidade sequestraram e mataram os seis.
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