Antídoto para gás tóxico não faz efeito em algumas vítimas de Santa Maria
O antídoto para cianeto que chegou dos Estados Unidos neste fim de semana para ser usado em vítimas da boate Kiss que inalaram o gás tóxico não está fazendo efeito em alguns pacientes. A informação foi obtida pela reportagem do UOL junto a uma fonte médica.
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Essa possibilidade já era prevista por profissionais de saúde envolvidos no atendimento das vítimas. Em entrevista concedida no último sábado (2), quando os 140 kits de hidroxicobalamina (vitamina B12 injetável) chegaram ao Rio Grande do Sul, o representante do Ministério da Saúde no Estado, Carlos Eduardo Nery Paes, já havia explicado que o ideal era que o remédio fosse administrado imediatamente após a inalação do gás. Entretanto, o medicamento não é usado no Brasil e foi necessária a intervenção do Ministério da Saúde para trazê-lo.
Em países onde o antídoto é usado, ele é aplicado no paciente mesmo antes que ele chegue ao hospital sempre que há suspeita de contaminação por cianeto. Geralmente o gás fica no corpo por cerca de 19 horas.
De acordo com Nery Paes, 30 pacientes receberam o medicamento. Este grupo foi escolhido de acordo com a avaliação dos hospitais, tanto em Porto Alegre como em Santa Maria.
Especialistas que acompanham as vítimas são unânimes em dizer que a medicação é apenas um dos componentes do tratamento, e não deve ser avaliada sozinha como uma alternativa decisiva na recuperação. “Estamos com expectativa favorável”, disse Nery Paes.
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- http://noticias.uol.com.br/enquetes/2013/01/28/voce-acha-que-as-casas-noturnas-sao-seguras-no-brasil.js
“Foi mais uma tentativa. Ainda é muito cedo [para saber se há melhora]. Não é só esse remédio que vai fazer diferença, é o conjunto da obra”, informou Jane Costa, diretora clínica do Hospital de Caridade de Santa Maria. Entre outros recursos usados, a médica destaca a ventilação mecânica, suporte hemodinâmico, fisioterapia e atendimento psicológico.
Sérgio Baldisserotto, diretor clínico do Hospital São Francisco de Assis e médico intensivista do Hospital Universitário, em Santa Maria, diz que enquanto não existir certeza sobre o efeito, tudo o que estiver à mão deve ser utilizado nos tratamentos. “Não para salvar vidas, mas para evitar sequelas”, afirma.
Embora admita que teria sido melhor se o antídoto tivesse chegado antes, Baldisserotto diz que o governo foi muito ágil em ajudar. “Teria morrido muita gente se não fosse a capacidade do governo em mobilizar tantos recursos”.
Ele também não sabe precisar o quanto o antídoto está ajudando na recuperação dos pacientes. “É muito difícil separar agora o que é efeito da droga que foi administrada e o que é a evolução normal no quadro. A maioria dos pacientes desde sexta-feira já vinha saindo da respiração mecânica”, diz.
A chegada do antídoto dos EUA ao país teve ampla cobertura da mídia brasileira no último sábado, mesmo com os médicos envolvidos apontando as limitações do medicamento uma semana após o incêndio.
De qualquer forma, as famílias de feridos ouvidas pelo UOL disseram estar confiantes no tratamento.
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