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Morro do Bumba: Defesa Civil prepara laudo sobre rachaduras em prédios

Carolina Farias

Do UOL, em Niterói

21/03/2013 15h43

A Defesa Civil de Niterói (região metropolitana do Rio de Janeiro) fez nesta quinta-feira (21) uma vistoria nos dois prédios que integram o conjunto habitacional Zilda Arns 2, situado no bairro do Fonseca, e que apresentam rachaduras. Os edifícios fazem parte do programa  Minha Casa Minha Vida, e deveriam ser entergues a obreviventes da tragédia do morro do Bumba, quando deslizamentos de terra causados pela chuva provocaram a morte de mais de 50 pessoas e deixaram dezenas de desaparecidos em 2010. Engenheiros civis, geólogos e arquitetos agora devem preparar um laudo que será entregue à prefeitura da cidade até o final do dia.

Segundo a Defesa Civil, só após a avaliação do laudo será possível afirmar se é necessária a demolição dos prédios, que fazem parte de um conjunto habitacional com outros nove edifícios. A inauguração dos apartamentos estava prevista para julho deste ano, mas as obras foram parcialmente paralisadas pela empreiteira Imperial Serviços Limitada.

Na quarta-feira (20), representantes da Caixa Econômica Federal e da Imperial participaram de uma reunião a fim de debater o problema. Na versão da empreiteira, as rachaduras teriam sido causadas por acúmulo de água no solo.

As vítimas que seriam beneficiadas vivem há três anos nas dependências do antigo 3º BI (Batalhão de Infantaria do Exército), em São Gonçalo, cidade vizinha a Niterói. De acordo com a Caixa Econômica Federal, foram liberados R$ 22 milhões para a construção dos dois conjuntos habitacionais, com recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial). O custo individual de cada prédio é de aproximadamente R$ 2 milhões.

Os representantes da Imperial Serviços não foram localizados para comentar o assunto. Já a Caixa afirmou que aguardará a conclusão dos laudos técnicos para "reprogramar os prazos de entrega" dos apartamentos. Se for constatada a responsabilidade da construtora pelos danos à estrutura dos imóveis, a mesma terá que arcar com os custos de demolição e reconstrução. Do contrário, as despesas serão arcadas pela seguradora do empreendimento.

Após a tragédia, veio à tona que a favela do morro do Bumba havia sido construída por cima de um antigo lixão. O excesso de lixo, a presença de gás, características topográficas, ocupação desordenada e chuvas intensas teriam sido os fatores que causaram o desabamento.