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Cabral diz que protesto contra reajuste de passagens no Rio teve clima de "baderna"

Pelo menos 2.000 manifestantes marcharam pelo centro do Rio de Janeiro durante o quarto protesto contra o aumento da tarifa de ônibus - Fabio Teixeira/UOL
Pelo menos 2.000 manifestantes marcharam pelo centro do Rio de Janeiro durante o quarto protesto contra o aumento da tarifa de ônibus Imagem: Fabio Teixeira/UOL

Cristina Indio do Brasil

Da Agência Brasil, no Rio

13/06/2013 20h03Atualizada em 14/06/2013 09h29

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse que as manifestações, organizadas pelas redes sociais, ocorridas na última segunda-feira (10) contra o aumento das passagens de ônibus tiveram "ar político", e não como "espontânea da população". Os manifestantes protestaram na quinta-feira (13) pela quarta vez no centro da cidade contra o reajuste das passagens, que passaram de R$ 2,75 para R$ 2,95. “Os jovens que foram presos pela baderna e pelo que fizeram na noite de anteontem percebe-se que são jovens que não estavam ali para defender interesses públicos, mas sim para gerar um clima de confusão, de baderna. Isso não é bom para a cidade e o povo percebe isso”, informou.

Sobre a possibilidade de ocorrência de manifestações durante a Copa das Confederações, Cabral respondeu que se trata de um problema da segurança. “Isso é um problema da segurança, não meu. Mas de tal forma que não haja conflito físico, porque não é legal isso. Já fui estudante, já participei de grêmio, já fui do Partido Comunista, já fui expulso de colégio por ser do partido, mas a gente tem que ter responsabilidade e respeito à população e respeito ao bem público. Qualquer tipo de manifestação é saudável, desde que respeitosa”, concluiu.

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, descarta tumultos no período do campeonato de futebol. “Nós acreditamos que não. Nós acreditamos que esses episódios têm uma finalidade muito específica.  O que posso dizer à população é que em especial, para estes casos, o Batalhão de Choque está atento”, explicou.

Protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo
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Em relação à nova manifestação que ocorre nesta noite, Beltrame disse que o policiamento ficou a cargo do Batalhão de Choque da Polícia Militar. "A nossa atuação é a mesma que normalmente se faz nestes movimentos, que é o Batalhão de Choque. Agora, as pessoas são livres para manifestar. A nossa atuação é sempre no sentido de proteger o patrimônio público e a incolumidade física das pessoas”, disse.

Pelo menos 2.000 pessoas participaram do quarto protesto contra o aumento do valor das passagens no Rio de Janeiro de R$ 2,75 para R$ 2,95 (desde o dia 1º de junho) na noite desta quinta-feira (13). Durante a maior parte do tempo, o protesto foi pacífico, mas por volta das 21h houve confronto de alguns manifestantes com a Polícia Militar na avenida Presidente Vargas, no centro da cidade. Prédios foram pichados e 18 pessoas foram detidas. A Tropa de Choque usou bombas de gás lacrimogêneo para conter os manifestantes, que atearam fogo a pneus e em sacos de lixos.

O estudante Philippe Brissant de Andrade Lima, 19, foi levado para o Hospital Municpal Souza Aguiar, no centro do Rio, após ser atingido por um tiro de bala de borracha no olho. Ele foi encaminhado ao centro cirúrgico do hospital. Um PM do 5º BPM também foi encaminhado ao hospital após levar uma pedrada na cabeça, mas foi liberado em seguida.

Segundo a Polícia Civil, os detidos foram encaminhads para a 5ª DP (Mem de Sá). Ao menos quatro serão autuados: dois por desacato, um por lesão corporal e um porque portava uma mochila com pedras portuguesas --para a polícia, os objetos seriam atirados nos policiais.

Na avenida Rio Branco, que foi totalmente fechada, a manifestação foi saudada com papéis picados jogados dos prédios. O protesto, pacífico, convidou a população a acompanhar o movimento.

Ao chegar à Cinelândia, ponto definido como o final do protesto no Rio, os manifestantes gritavam "Se a passagem não vai baixar, o Rio vai parar". Segundo a PM, o trajeto percorrido foi de cerca de 1 km.

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Em frente ao Theatro Municipal, policiais militares fizeram um cordão de isolamento, para proteger o prédio, que é patrimônio histórico tombado. Na Cinelândia foi feita uma votação, e parte dos manifestantes optaram por continuar o protesto até o Palácio Tiradentes, sede da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). No caminho, foram pichados agências bancárias, estacionamentos, pontos de ônibus e muros. Ao chegar à casa legislativa, os manifestantes soltaram fogos e, ao ocupar as escadas do prédio, gritavam que "o Rio vai parar". Seguranças afirmaram que uma bomba foi jogada dentro do prédio.

O outro grupo seguiu de volta para a avenida Presidente Vargas e, lá, houve confronto com a PM e presença do Batalhão de Choque. Manifestantes jogaram pedras e garrafas d'água nos policiais, que revidaram com balas de borracha e spray de pimenta. O Batalhão de Choque foi acionado e um homem e uma mulher foram detidos.

A avenida Presidente Antonio Carlos permanece interditada, na altura da Almirante Barroso. Na estação Carioca do Metrô Rio, os acessos da avenida Chile e do Convento de Santo Antônio chegaram a ser fechados, mas já foram reabertos. Já na Cinelândia, os usuários só podem descer para o metrô pela entrada localizado ao lado do Cinema Odeon. Os acessos Theatro Municipal, Santa Luzia e Pedro Lessa foram fechados.

O secretário e o governador participaram hoje da entrega de equipamentos de tecnologia pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, por meio de videoconferência com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Foram entregues equipamentos para o Distrito Federal e Minas Gerais.