Jovem que ajudou a derrubar tarifa em Porto Alegre se junta a protesto em SP
A fim de ajudar os manifestantes de São Paulo a conseguir o feito de baixar as tarifas do transporte coletivo, a estudante de jornalismo Nathalia Bittencourt, 22, coordenadora-geral do DCE da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), se juntará ao protesto marcado para as 17h desta quinta-feira (13) no centro da capital. A tarifa passou de R$ 3 para R$ 3,20 no último dia 2.
Nathalia participou das manifestações que, há dois meses, ajudaram a suspender o aumento da passagem de ônibus na capital gaúcha (de R$ 2,85 para R$ 3,05). Para ela, o crescimento das manifestações em São Paulo mostra que o movimento está no caminho certo.
“O movimento fica mais forte e atrai mais pessoas a cada dia. Para nós, isso mostra que estamos no caminho certo”, diz. Ela conta que, quando as manifestações começaram em Porto Alegre, em janeiro, os protestos reuniam de 50 a 100 pessoas, número que chegou a 10 mil em abril, quando a nova tarifa já estava em vigor. “Nesse dia, a gente fez a leitura de que o movimento tinha se massificado”, afirma.
Protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo
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Em São Paulo, o primeiro protesto, na quinta-feira passada (6), contou com cerca de 2.000 manifestantes; o último, na terça-feira (11), pode ter reunido até 10 mil.
Sobre os atos de vandalismo que ocorreram durante as manifestações --tanto em São Paulo quanto em Porto Alegre--, Nathalia afirma que, ao reunir milhares de pessoas, o protesto foge do controle dos organizadores. “Nós defendemos a manifestação livre, mas não incentivamos a violência. Estamos centrando nossos esforços para que o movimento não tenha a forma de manifestação violenta."
A jovem contou ainda que está hospedada na casa de uma amiga que estuda na USP e que fica em São Paulo até amanhã (14).
Em Porto Alegre, uma liminar da Justiça suspendeu no dia 4 de abril o aumento das passagens de ônibus. Após pedido do PSOL, o juiz Hilbert Maximiliano Obara levou em consideração uma análise da tarifa feita pelo Tribunal de Contas do Estado e disse ver indícios de abuso no aumento.
Os manifestantes, no entanto, temendo que a decisão seja revertida, marcaram um novo protesto para esta quinta, de acordo com a coordenadora do DCE.
São Paulo
Hoje, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) descartou a hipótese de suspender por 45 dias o reajuste já aplicado às tarifas do transporte coletivo subordinado ao Estado na capital --trens e metrô.
A proposta foi apresentada hoje pelo MP (Ministério Público) também ao prefeito Fernando Haddad (PT), que ainda não se manifestou. A medida foi anunciada ontem (12) após audiência com representantes das secretarias estadual e municipal de Transportes e do movimento pela redução da tarifa. Em troca, os manifestantes suspenderiam os protestos em vias públicas.
Protestos pelo Brasil
Representantes do DCE da USP disseram que esta quinta-feira (13) também será de protestos pela redução das tarifas no Rio de Janeiro, em Maceió (AL), em Natal (RN) e em Porto Alegre (RS). Na capital gaúcha, em abril uma liminar da Justiça suspendeu o aumento da tarifa (de R$ 2,85 para R$ 3,05), mas manifestantes temem que a decisão seja revertida.
A questão das tarifas do transporte coletivo vem sendo alvo de protestos, manifestações e ações judiciais em várias capitais brasileiras desde o início de 2013. Em Fortaleza, as passagens foram reajustadas de R$ 2 para R$ 2,20, depois reduzidas de R$ 2,20 para R$ 2 e, em seguida, voltaram a custar R$ 2,20.
Em Natal, estudantes foram às ruas protestar depois que a prefeitura anunciou aumento de R$ 2,20 para R$ 2,40, em maio. Um mês depois, uma portaria reduziu o valor da tarifa para R$ 2,30.
A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou no início deste mês de junho o reajuste no valor das passagens de ônibus, que subiram de R$ 2,75 para R$ 2,95. O aumento provocou reação. Nessa segunda-feira (10), manifestantes foram às ruas protestar contra o reajuste, e 31 foram presos.
Em Goiânia, a tarifa foi reajustada de R$ 2,70 para R$ 3. Houve protestos. Uma liminar determinou que o valor voltasse a R$ 2,70. E Florianópolis enfrentou dois dias de greve do transporte coletivo, com paralisação de 100% dos ônibus. Cerca de 400 mil pessoas ficaram sem ônibus. As tarifas na capital catarinense são de R$ 2,90.
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