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Ato com 65 mil participantes fecha marginal Pinheiros, em SP, e chega ao Palácio dos Bandeirantes

Manifestantes chegam ao cruzamento das avenidas Faria Lima e Rebouças, em Pinheiros, zona oeste - Renato Bittar/UOL
Manifestantes chegam ao cruzamento das avenidas Faria Lima e Rebouças, em Pinheiros, zona oeste Imagem: Renato Bittar/UOL

Do UOL, em São Paulo

17/06/2013 17h37Atualizada em 17/06/2013 22h12

Ao menos 65 mil manifestantes --de acordo com medição do Datafolha-- participam do quinto grande ato contra o aumento da tarifa de ônibus realizado na zona oeste da capital paulista, por volta das 18h desta segunda-feira (17). A PM estima que os manifestantes são cerca de 60 mil. Parte dos manifestantes protestam em frente ao Palácio dos Bandeirantes e o restante caminha em direção à avenida Paulista.

Além de gritos e cartazes contra o aumento da tarifa de ônibus, que subiu de R$ 3 para R$ 3,20 no começo do mês, os manifestantes exibiam cartazes contra o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano (PSC), outros pediam o fim da corrupção e mais cartazes traziam os dizeres: "Fora, Alckmin". 

Parte dos participantes, por volta das 21h, entraram na avenida Morumbi, na zona oeste da capital e, às 21h45, chegaram em frente ao Palácio dos Bandeirantes. Enquanto muitos gritavam palavras de ordem contra o governador do Estado, o movimento tentava negociar uma reunião com reapresentantes do Governo.   

Outros manifestantes seguiam pela marginal Pinheiros, sentido Castello Branco, para se juntar ao grupo que ocupa desde às 19h30 a avenida Paulista, em ambos os sentidos. Ainda não se sabe se trata-se de um grupo disperso da manifestação.

Os participantes começaram o ato fechando a avenida Faria Lima, da altura da rua Cardeal Arcoverde até a avenida Presidente Juscelino Kubitschek, em ambos os sentidos, e também a marginal Pinheiros, desde a ponte Eusébio Matoso, sentido Interlagos. 

Por volta das 18h20, o movimento se dividiu, uma parte seguiu pela avenida Faria Lima e a outra subiu a avenida Rebouças, mas logo retornou. Às 19h16, os manifestantes desciam a avenida Presidente Juscelino Kubitschek, em direção à marginal, para encontrar com o outro grupo que já ocupava a via. Já às 20h, o movimento voltou a se unir na ponte estaiada. 

Nenhum registro de confronto entre manifestantes e policiais foi notificado na primeira hora do ato, que começou por volta das 17h. Segundo o 14º DP, região de Pinheiros, até as 18h21, não havia sido registrado nenhum boletim de ocorrência vinculado ao protesto.

A repórter Janaina Garcia presenciou, por volta das 18h55, corre-corre na avenida Faria Lima, nas proximidades da avenida Juscelino Kubitschek, na zona oeste. Ela conta ter ouvido barulho de bombas.
 

Mais de 268 mil pessoas confirmaram, na página do ato no Facebook, participação na manifestação. "Não é comício, fora partidos", gritavam os participantes durante a concentração do ato no largo da Batata, ao pedirem para que militantes dos partidos PSTU e Psol não exibam suas bandeiras na passeata.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) se comprometeu a respeitar o caminho escolhido pelo movimento. O secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella, afirmou ainda antes do início do protesto que a tropa da PM não portará armamento com balas de borracha, e que "não serão tomadas medidas para dispersão da manifestação". "Ações contra infratores serão tomadas de maneira pontual. Acho que hoje não será nem preciso o uso do vinagre", declarou.

O quarto protesto

Com o endurecimento da repressão por parte da Polícia Militar, o quarto ato contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo, realizado na última quinta-feira (13), terminou sendo o mais violento da série de manifestações ocorridas na cidade nos últimos dias.

Cerca de 40 pessoas foram detidas antes mesmo de o protesto começar. Antes do início do ato, manifestantes e jornalistas que carregavam vinagre para reduzir os efeitos de bombas de gás lacrimogêneo foram detidos, sob a alegação da PM de que o produto pode ser usado para fabricar bombas caseiras.

Entre os feridos, sete são jornalistas da Folha de S.Paulo. A repórter Giuliana Vallone, da TV Folha, foi atingida no olho por uma bala de borracha disparada por policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). O fotógrafo da agência Futura Press, Sérgio Andrade da Silva,  recebeu alta neste sábado (15) após ser atingido por uma bala de borracha no olho enquanto cobria as manifestações. Ele corria o risco de ficar cego, mas sua visão saiu intacta.

Segundo o Movimento Passe Livre, que organizou a manifestação, pelo menos cem ficaram feridos.

Confira os cinco dias de protesto em imagens

  • Estudante é preso dentro diante do Congresso Nacional

  • Manifestantes levam faixa alusiva a 1964 em Porto Alegre

  • Protestos pelo mundo, como este em Berlim, manifestam apoio aos atos no Brasil

  • Fotógrafos protestaram contra a violência da PM em relação aos jornalistas

  • Manifestante preso no protesto no dia 11 é solto em SP

  • Policial atinge cinegrafista com spray de pimenta

  • PM agride clientes de um bar na avenida Paulista

  • Policial atira bombas contra manifestantes

  • Cartaz faz referência à música Cálice, de Chico Buarque, escrita durante a ditadura

  • Manifestantes se ajoelham para tentar se proteger de ação policial

  • Mulher anda de bicicleta em meio a confronto entre policiais e manifestantes

  • Garota segura flor enquanto usa orelhão pichado durante protesto

  • Mulher é ferida na cabeça ao passar por confronto entre polícia e manifestantes

  • Policial atira contra manifestantes em rua do centro de São Paulo

  • Vídeo mostra policial quebrando o vidro do próprio carro da polícia em SP

  • Manifestante faz sinal da paz para policiais

  • Policial Militar aponta arma para se defender de agressores

  • Manifestantes se ajoelham diante de PMs durante protesto na avenida Paulista

  • Policial tenta apagar fogo provocado por manifestantes

  • Manifestantes fazem fogueira durante protesto contra o aumento das passagens

  • Manifestantes tomam a avenida Paulista no segundo protesto

  • Multidão participa do primeiro protesto contra a aumento na tarifa de ônibus