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Manifestantes fazem beijaço gay em frente a igreja na zona sul do Rio

Hanrrikson de Andrade e Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

22/07/2013 18h17Atualizada em 22/07/2013 18h58

Um grupo de cerca de mil pessoas protestou na frente da Igreja Matriz Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado, na zona sul do Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira (22). Durante a manifestação, vários casais fizeram um beijaço gay na frente do local.

Um grupo de peregrinos que estava na igreja fez um cordão humano para impedir que as pessoas se aproximassem demais e começou a rezar. "Isso é um absurdo total. Um desrespeito aos preceitos religiosos. Eu vi mulheres se beijando na escadaria de uma igreja", afirmou Laura Batista, 68, peregrina de Maceió. "Isso já é demais. No dia em que o santo padre está entre nós, não posso acreditar."

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Após o beijaço, os manifestantes seguiram em direção ao Palácio Guanabara, sendo acompanhados por policiais da cavalaria.

No Palácio Guanabara, sede do governo do Estado do Rio, o papa participa de um encontro com a presidente Dilma Rousseff, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta e o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, entre outros convidados, e fez seu primeiro discurso no Brasil.

"O protesto foi pensado a partir do ano passado, quando o antigo papa Bento 16 fez o discurso de final de ano e disse que a família homoafetiva é uma ameaça ao mundo, que somos o mal do mundo", explica um dos líderes da organização do Beijaço, que prefere não se identificar por medo de "ataques de fundamentalistas religiosos".

Mais cedo, um grupo de manifestantes feministas aproveitou a chegada do papa Francisco ao Rio de Janeiro para promover um ato em favor da liberdade sexual das mulheres. Um grupo de peregrinos que se reunia no mesmo local à espera das vans que levam ao Cristo Redentor vaiou o protesto no momento que as manifestantes exibiram os seios.

Houve uma pequena troca de provocações entre as pessoas que participavam do ato e peregrinos, mas sem princípio de confusão. "Estamos aqui para exigir um Estado laico. Não abrimos mão disso", afirmou a atriz Taísa Machado, uma das mulheres que protestavam.

Marcha das Vadias em dia de vigília da JMJ

A próxima edição da Marcha das Vadias no Rio de Janeiro será realizada no dia 27 de julho, em Copacabana, na zona sul da cidade, mesmo dia em que o papa Francisco participará de três eventos da Jornada Mundial da Juventude, entre os quais a vigília com os jovens no Campus Fidei, em Guaratiba, na zona oeste, palco principal do evento.

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O ato está sendo organizado pela ativista da AMB (Associação de Mulheres Brasileiras) Rogéria Peixinho, que costuma se vestir de freira na Marcha das Vadias, e que repetirá a fantasia no próximo protesto. Segundo ela, a chegada do pontífice à capital fluminense terá como "contraponto a livre manifestação de uma outra juventude", na rua, "protestando contra a opressão e o controle da vida e da sexualidade das mulheres".

"A presença do papa e os recursos públicos alocados para a visita de um líder espiritual coloca em xeque a laicidade do Estado. (...) Esse tema está dentro dos eixos da marcha, assim como ao direito ao corpo, as denúncias sobre os casos de estupro que estão aumentando principalmente no Rio, e a formulação de políticas públicas de proteção às mulheres", disse ela.

A concentração do ato vai ocorrer no posto cinco da praia de Copacabana, a partir das 14h. Por volta das 16h, os manifestantes seguirão pela avenida Atlântica em direção ao posto dois, na altura da rua Rodolfo Dantas, e entrarão na rua Nossa Senhora de Copacabana. A caminhada segue até a esquina com a rua Ministro Viveiros de Castro, com término na rua Prado Júnior.