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Comissão da Verdade pede à Justiça 2ª exumação do corpo de motorista de JK

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

23/09/2013 15h28

O vereador Gilberto Natalini (PV-SP), presidente da Comissão da Verdade Vladmir Herzog, entrou com um pedido nesta segunda-feira (23) de nova exumação do cadáver do motorista do ex-presidente Juscelino Kubitschek Geraldo Ribeiro.

A solicitação já foi aceita pelo secretário de Defesa Social de Minas Gerais, Rômulo Ferraz, que ficou de entregar à comissão a perícia realizada pela PC (Polícia Civil) de Minas Gerais no corpo de Ribeiro em 1996, a partir de exumação, que apontou um fragmento metálico encontrado no crânio do motorista. A explicação à época, e que não parece crível aos membros da comissão, era de que se tratava de um prego no caixão e não um projétil de arma de fogo.

“A exumação só pode ser feita por determinação judicial e a comissão já está tratando disso, com o apoio do governo mineiro. Vamos comparar a perícia feita na época e desvendar de vez a morte do ex-presidente, que se desconfia possa ter sido assassinado pelo regime militar”, disse o vereador.

À época, as investigações sobre a morte de JK, em um acidente de carro em 1976, chegaram à conclusão que ela foi acidental. A versão oficial diz que um ônibus teria fechado o Chevrolet Opala do ex-presidente no km 165 da Dutra, próximo a Resende (RJ), quando ele viajava do Rio de Janeiro para São Paulo. O corpo de Ribeiro está enterrado no cemitério da Saudade, em Belo Horizonte.

Natali diz, porém, que além do projétil metálico no crânio da vítima, existem alguns indícios de assassinato de JK. Entre eles, o fato de que o corpo do motorista foi fechado no necrotério de Resende dentro de um caixão que foi mantido lacrado até o enterro e não pode ser aberto pela família, nem no velório em Belo Horizonte.

“Ninguém teve acesso. Nem a família, durante o velório e enterro. Na exumação do corpo em 1996, a pedido do advogado Paulo Castelo Branco e de Serafim Jardim, amigo do ex-presidente, verificou-se que havia um projétil metálico de 4 cm que a polícia mineira disse ser um prego do caixão. Isso não é crível”, afirmou Natalini.

O pedido agora é para que tanto o crânio quanto o metal sejam reexaminados, mas depende da decisão da Justiça de Minas Gerais.

“Há quase 40 anos da morte do ex-presidente, à luz da tecnologia atual, podemos constatar se é uma bala. Assim, se for mesmo conforme acreditamos, matamos a charada e confirmamos o assassinato de JK”, diz o vereador paulistano.