Em nota, comunidade científica reitera importância de animais para pesquisas
Após a invasão do Instituto Royal, em São Roque (SP), na madrugada desta sexta-feira (18), por cerca de 80 ativistas que alegavam que o local maltratava animais, a comunidade científica divulgou nota em que reitera a importância "da utilização de animais para o desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos para o ser humano bem como de outras espécies animais".
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A SBPC (Socidade Brasileira Para o Progresso da Ciência) fala em desconhecimento desses fatores por parte dos invasores e ainda acrescenta que o instituto "já realizou vários pesquisas que contribuíram para o desenvolvimento de novos medicamentos e biofármacos para a indústria farmacêutica nacional e que já foram depositados na Anvisa, para os procedimentos regulatórios exigidos pela agência, colaborando assim ativamente para o desenvolvimento da ciência e da inovação nacional".
"Todos os estudos envolvendo animais são previamente submetidos ao Comitê de Ética para o Uso em Experimentação Animal, respeitando os preceitos éticos de experimentação estabelecidos pelo Concea. As atividades do instituto vão desde o planejamento experimental até a execução de estudos pré-clínicos destinados a diferentes tipos de setores produtivos (produtos farmacêuticos, produtos para a saúde, dispositivos médicos, agrotóxicos, produtos químicos e veterinários, aditivos para rações e alimentos, entre outros) do mercado brasileiro e internacional, dentro do mais alto padrão técnico-científico".
"A comunidade científica gostaria ainda de deixar claro que os estudos e pesquisas desenvolvidos nas dependências do instituto são elaborados por profissionais capacitados de renome internacional, e contam, inclusive, com acompanhamento de representantes de entidades protetoras dos animais", completa o comunicado.
O diretor científico do Instituto Royal defendeu os testes farmacêuticos e cosméticos feitos pela empresa em animais.
"Nós estamos fazendo um bem para a saúde", disse João Antônio Peigas Henriques, em entrevista ao SBT. "Temos respeito e carinho por eles [os animais] pelo bem que fazem para a segurança da saúde", acrescentou.
Na noite desta sexta-feira, a Justiça proibiu a entrada de ativistas no Instituto Royal, em São Roque (SP). O juiz Fábio Calheiros do Nascimento, da 1ª Vara Cível do Fórum de São Roque, concedeu liminar de "interdito proibitório" solicitada pela empresa.
Investigação policial
A Polícia Civil abriu nesta sexta dois inquéritos para investigar a invasão e a retirada de cães do Instituto Royal em São Roque (SP) e também a denúncia de maus tratos contra os animais no laboratório.
Além das investigações, a polícia tenta localizar os animais. "É por questão de saúde. Não se sabe se os testes realizados neles podem afetar pessoas ou outros animais", informou a SSP.
Os animais são usados em pesquisas de medicamentos que serão lançados. O objetivo é verificar a existência de possíveis reações adversas, como vômito, diarreia, perda de coordenação e até convulsões.
De acordo com ativistas, os beagles são utilizados "por serem de médio porte, dóceis e considerados de raça pura, teoricamente com menos variações genéticas, o que torna os resultados dos testes mais exatos".
Protesto
No início da tarde de hoje, alguns manifestantes voltaram a se concentrar na frente do portão do instituto. A ativista Rosana Aparecida da Silva anunciou que as ações não vão parar. "Não basta tirar os animais, é preciso ir além para fechar essa organização."
Por meio das redes sociais, um novo protesto está sendo convocado para a manhã deste sábado (19), às 10h, no km 56 da rodovia Raposo Tavares, em São Roque (SP). (Com Estadão conteúdo)
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