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Agências bancárias e hospital param por falta de ar-condicionado

Do UOL, em Campinas (SP) e em Curitiba

05/02/2014 16h24Atualizada em 05/02/2014 17h36

A onda de calor na região de Campinas (93 km de São Paulo) fez com que ao menos três agências bancárias fechassem, nesta quarta-feiera (5), por falta de ar-condicionado. Já em Curitiba, que também sofre com as altas temperaturas, foram os funcionários de um hospital público que decidiram parar, exigindo que a direção da instituição conserte o ar-condicionado do setor em que trabalham. 

Segundo o Sindicato dos Bancários, as agências, todas do Itaú Unibanco, devem permanecer fechadas até que o problema seja resolvido. Se houver a constatação do problema em outras agências, a paralisação será expandida. 

Em nota, o Itaú Unibanco informa que “o bem estar de colaboradores e clientes é uma preocupação constante. Por isso, estamos trabalhando para que as agências estejam em perfeitas condições de atendimento o mais rápido possível”.

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    Em Campinas (SP), três agências bancárias fecharam por falta de ar-condicionado

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    Funcionários de hospital público de Curitiba pedem o conserto do ar-condicionado

As unidades fechadas ficam em Americana, Hortolândia e Campinas. Para sindicato, a falta do equipamento torna as condições de trabalho insalubres.

“Chegamos a registrar, dentro de uma agência, mais de 37ºC. É impossível trabalhar com esse calor”, informou Mauri Sérgio Martins de Sousa, vice-presidente do Sindicato dos Bancários da Região de Campinas. "Eles tiveram o maior lucro da história de um banco no Brasil, com superávit de mais de R$ 15 bilhões. Não é possível que não instalem um equipamento que é essencial para o funcionário trabalhar”, acrescentou.

Nas agências fechadas, funciona apenas o atendimento por meio de caixa eletrônico. De acordo com o sindicato, cerca de 100 bancários aderiram à paralisação nas três unidades.  Em Americana, a maioria dos clientes não atendidos apoiou a reivindicação dos bancários.

“Como eu vou achar errado? Com esse calor que está fazendo, seria desumano obrigar essas pessoas a trabalhar dentro do banco sem ar-condicionado”, disse a professora Andreia Ramos Cintra, 38.

Campinas viveu, ontem, o dia mais quente do ano, com temperaturas máxima de 36,5 ºC, segundo medição do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

A temperatura de ontem foi a segunda maior registrada em fevereiro desde 1989, quando os termômetros marcaram 36,6 ºC,. Segundo o Cepagri, o recorde pode ser batido nos próximos dias, já que a onda de calor deve continuar na região. Hoje, as máximas ficaram na casa dos 35 ºC,.

Hospital paranaense

Funcionários dos setores de Terapia Ocupacional e Fisioterapia de um hospital público de Curitiba começaram uma paralisação no início da tarde desta quarta-feira, exigindo que a direção da instituição conserte o ar-condicionado do local.

Ao todo, 16 profissionais cruzaram os braços e se concentraram na entrada do Centro Hospitalar de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, pertencente ao governo estadual, com faixas e apoio do sindicato da categoria.

Segundos os funcionários, mais de 120 pacientes vão deixar de receber atendimento nesta quarta. Os outros setores do hospital operam normalmente.

A capital paranaense, assim como diversas outras cidades do Brasil, vem sofrendo com uma forte onda de calor. Segundo os funcionários, a temperatura média dentro da unidade fica acima de 36°C, o que tem provocado grande desconforto.

“É uma condição totalmente insalubre, em que os pacientes acabam passando mal”, aponta Alessandra Rzebkowski, uma das funcionárias.

Após o início da paralisação, uma equipe técnica foi chamada ao local para verificar as condições do aparelho. De acordo com a Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), o conserto será realizado em até uma semana.

Quando a onda da calor começou, a direção do hospital havia oferecido aos funcionários uma redução do turno de trabalho da tarde -- na ocasião, a oferta não foi aceita. “Não queremos trabalhar menos, e sim que o paciente tenha uma condição adequada”, rebate Alessandra.

Após reunião nesta tarde, os funcionários decidiram que, a partir de quinta-feira (6), os funcionários farão atendimento intercalado, com 40 minutos de trabalho (o necessário para a terapia de um paciente) para 40 minutos de paralisação. Os pacientes com condição clínica mais delicada serão dispensados.  (Eduardo Schiavoni e Osny Tavares)