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Não há data para que Forças Armadas deixem a Bahia, diz governador

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse que as Forças Armadas continuam na Bahia - Manu Dias/GOVBA
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse que as Forças Armadas continuam na Bahia Imagem: Manu Dias/GOVBA

Do UOL, em Maceió

23/04/2014 10h48

O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), afirmou nesta quarta-feira (23) que não há data para saída das Forças Armadas do Estado, assim como não há prazo para que o comando da segurança pública volte ao Estado.

Com o decreto de Garantia da Lei e da Ordem, assinado pela presidente Dilma Rousseff há uma semana, após início da greve da Polícia Militar, o controle da segurança pública passou às mãos das Forças Armadas e é chefiada, atualmente, pelo comandante da 6ª Região Militar do Exército, general Racine Bezerra Lima.

Em seu programa semanal de rádio, Wagner falou que os cerca de 8.000 militares de todas as Forças Armadas que estão no Estado vão permanecer até que a ordem seja completamente restabelecida.

“Eu espero que a gente tenha a normalização total, que já está acontecendo, e eu estou avaliando com o ministro da Justiça e também com o general que comanda as ações da Garantia da Lei e da Ordem, a todo dia, fazendo um balanço para ver o momento que a gente possa suspender a Garantia da Lei e da Ordem, mas não tem data marcada para isso. Vai depender da avaliação”, disse.

Na semana passada, militares fizeram greve por 44 horas. Durante a paralisação, o Estado sofreu uma onda de saques, assaltos e mortes. Na quinta-feira (18), os PMs decidiram voltar ao trabalho, após acordo com o governo.

Porém, um dia depois do fim da paralisação, a prisão do vereador e líder dos militares, Marco Prisco (PSDB),acirrou os ânimos da tropa, que cobram a liberação do político.

Após o término da greve, Wagner chegou a dizer que esperava a revogação do decreto de Garantia da Lei e da Ordem para, no máximo, esta quarta-feira

Totalmente desnecessário

O governador ainda disse que a greve “era totalmente desnecessária” e obrigou o povo baiano a “passar por esse sofrimento, essa tensão toda.”

“Um volume de assassinatos que cresceu muito em relação a um igual período de normalidade. Então eu realmente considero que foi totalmente impróprio, além de ser ilegal e inconstitucional, mas tivemos que tomar as atitudes que eram necessárias. Eu tive que reagir mantendo a serenidade, mas com muita firmeza, com muito pulso como fizemos”, disse.

Wagner ainda citou que o acordo fechado com os PMs representa um “avanço significativo” para a categoria. “Eu vou continuar nesse esforço, ampliando quadros, qualificando quadros, ampliando a nossa inteligência, ampliando as condições de trabalho dos policiais, fazendo melhorias que possam dar mais estímulo como foi, por exemplo, o Plano de Desempenho Policial dentro do Pacto pela Vida”, disse.