Caso Malhães: senadores são barrados em delegacia do Rio
Os membros Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, que estão no Rio de Janeiro por conta da investigação sobre a morte do coronel Paulo Malhães, foram barrados na sede da DAS (Delegacia Antissequestro), nesta terça-feira (6), no Leblon, na zona sul da capital fluminense. O militar, que relatou à CNV (Comissão Nacional da Verdade) ter participado de prisões e torturas durante a ditadura militar, foi encontrado morto, em casa, no dia 25 de abril.
A presidente da comissão, senadora Ana Rita (PT-ES), e os também senadores João Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) tiveram que esperar por aproximadamente uma hora até que fossem autorizados a entrar no distrito policial. Embora tivesse caráter oficial, de acordo com os parlamentares, a visita não havia sido comunicada à delegada de plantão.
O trio chegou à DAS por volta das 10h com a missão de ouvir o caseiro da vítima, Rogério Pires, que confessou ter facilitado a ação dos três criminosos que invadiram o sítio do coronel e o mataram. Os senadores chegaram a dar declarações à imprensa criticando a Secretaria de Estado de Segurança Pública pela suposta falha de comunicação. Porém, durante a entrevista, Capiberibe recebeu uma ligação informando de que a entrada da comitiva havia sido liberada.
"Fomos surpreendidos ao chegar aqui e a delegada não estar presente. E, apesar de vários contatos de nossa presidente, não obtivemos autorização para ter acesso ao preso", declarou Rodrigues.
Uma das hipóteses para a morte do coronel da ditadura é roubo seguido de morte, o que teria provocado um infarto em Malhães, segundo a guia de sepultamento. Porém, a Comissão da Verdade do Rio levanta suspeitas sobre a tese da Polícia Civil e cobra participação da Policia Federal nas investigações do episódio.
"Há questões não esclarecidas. O coronel Brilhante Ustra publicou em site pessoal a informação da morte de Malhães com meia hora de antecedência em relação à imprensa, e o fato de os discos rígidos dos computadores da casa terem sido levados, o que não configura assalto clássico", afirmou o presidente da CV, Wadih Damous.
Para Damous, a confissão do caseiro não é suficiente. "Ainda que tenha sido ele de fato o assassino, achamos que ele tem outros esclarecimentos", completou. (Com Agência Brasil)
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