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Após greve de 36 horas, garis de BH conseguem salário bruto de R$ 2.100

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

07/05/2014 20h27

Os empregados terceirizados da SLU (Superintendência de Limpeza Urbana), responsáveis pela coleta de lixo e varrição de ruas em Belo Horizonte, suspenderam nesta quarta-feira (7), após assembléia da categoria no período da tarde, a greve iniciada no início da manhã da terça-feira (6). A coleta de lixo e varrição das ruas da capital mineira devem ser retomadas ainda na noite desta quarta-feira (7).

A categoria aceitou a proposta apresentada pelas empresas que prevê reajuste salarial de 14,55% e aumento de benefícios. De acordo com o Sindeac (Sindicato dos Empregados em Edifícios e Condomínios e dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Belo Horizonte), a reivindicação inicial dos trabalhadores era de salário de R$ 1,5 mil, mas eles aceitaram a proposta de R$ 1,1 mil feita com mediação do MT (Ministério do Trabalho).

Ainda de acordo com o sindicato, o valor será pago retroativo a 1º de maio deste ano. Além do salário, os garis e lixeiros vão receber vale-refeição de R$ 20, vale cesta de R$ 129, estabilidade de 90 dias e garantia de não haver descontos dos dias de paralisação.Para o Sindeac, o aumento de benefícios vai compensar o valor do salário. Os empregadores receberão mensalmente o valor bruto de R$ 2,1 mil.

A greve de 36 horas dos garis e lixeiros deixou a capital mineira tomada por toneladas de sacos de lixo. O balanço da SLU é de que apenas 38% dos serviços de limpeza foram realizados nesta quarta-feira. Na véspera, foi de 40% o percentual de coleta. As regiões mais afetadas foram as regiões centro, sul, oeste, leste e nordeste de Belo Horizonte.

Nos quase dois dias de paralisação, os trabalhadores da limpeza urbana realizaram manifestações no Anel Rodoviário e na área central de Belo Horizonte, onde se juntaram com servidores municipais em protestos e passeatas. Eles chegaram a fechar vias com incêndio em pneus e foi necessária negociação da polícia para liberação do trânsito.

Saúde tem adesão parcial

Balanço divulgado pela Prefeitura de Belo Horizonte no início da noite desta quarta-feira (7) dá conta de que  91% (172 escolas) das escolas municipais funcionaram normalmente. Houve paralisação parcial em 8% (15 escolas) e paralisação total em 1% (duas escolas). Noventa e sete por cento das escolas infantis (77 unidades) funcionaram normalmente e 3% (duas) tiveram paralisação parcial.

A prefeitura ainda informou que nenhuma unidade de saúde da capital deixou de funcionar nesses dois dias de greve, embora 21% dos profissionais da área tenham aderido à paralisação.

Os funcionários pedem 15% de reajuste salarial e aumento do vale-alimentação para R$ 28, além de reivindicações específicas de cada categoria. Aderiram ao movimento, profissionais das áreas de saúde, educação, administrações regionais e fiscalização.

A prefeitura mantém sua proposta de 5,56% de reajuste nos salários, a partir de outubro deste ano, e aumento de R$ 1 (5,88%) no vale-alimentação, também em outubro.