Por medo de black blocs, rodoviários desistem de assembleia no Rio
As centenas de pessoas que se concentraram na praça da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (15), para uma assembleia que discutiria a possibilidade de uma nova paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus começaram a voltar para casa cerca de duas horas depois, por medo de se envolverem em alguma confusão relacionada ao protesto contra a Copa do Mundo no Brasil que acontece nas proximidades da Central do Brasil.
"Não queremos nos misturar com eles [black blocs]. Não tem nada a ver misturar as classes em uma assembleia", afirmou o líder do movimento grevista, Hélio Teodoro. Os rodoviários chegaram a se dirigir ao local onde o protesto maior acontece, mas no meio do caminho, ainda na avenida Presidente Vargas, mudaram de ideia e chegaram à conclusão de que não seria mais possível votar nesta quinta.
Segundo os grevistas, uma das possibilidades levantadas era substituir a paralisação tradicional pela catraca livre –os passageiros embarcariam nos coletivos sem pagar a tarifa.
Além dos rodoviários, compareceram ao local da mobilização os vigilantes de agências bancárias, que também estão em greve, e um grupo de professores da UFF (Universidade Federal Fluminense), além de outros sindicatos que declararam apoio à causa dos motoristas e cobradores de ônibus.
Com dois carros de som, os rodoviários gritaram palavras de ordem e discursam sobre as reivindicações da categoria, mas não decidiram nada.
A Polícia Militar acompanhou a mobilização com pelo menos 30 PMs munidos de armamento não letal.
Professores
Aproximadamente mil professores das redes públicas estadual e municipal foram na tarde desta quinta para a estação Central do Brasil, no centro da capital, onde devem se juntar a participantes do ato convocado por movimentos sociais, chamado de "15M - manifestação contra as injustiças da Copa".
Da Central do Brasil, os professores pretendem caminhar em direção à sede administrativa da prefeitura, na Cidade Nova. Em assembleia realizada pela manhã, que durou cinco horas, os professores decidiram manter a greve da categoria.
Protesto anti-Copa
A quinta-feira foi de protesto também contra a Copa do Mundo. Cerca de mil pessoas ocuparam a Avenida Presidente Vargas, perto da Central do Brasil. Os manifestantes entoaram gritos contra a realização do torneio e gritos de ordem contra Ronaldo, chamado de "inimigo do povo" e Pelé, intitulado pelas pessoas como "traidor do século".
O protesto, que foi nomeado como "Ato unificado contra a Copa" é formado por movimentos sociais, sindicatos que estão em greve, sindicato dos professores e funcionários da UFF (Universidade Federal Fluminense).
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