Em assembleia, servidores municipais de São Paulo decidem entrar em greve
Os servidores municipais da cidade de São Paulo decidiram, em assembleia realizada em frente à prefeitura, no centro, na tarde desta terça-feira (27), entrar em greve por tempo indeterminado, segundo informações do Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias).
Antes da assembleia, diretores do sindicato reuniram-se com representantes da Secretaria de Planejamento, mas não houve acordo. De acordo com o sindicato, a prefeitura não quer dar nenhum tipo de reajuste aos servidores.
A categoria exige reajuste salarial referente à inflação do último ano e recomposição das perdas inflacionárias, de 58% entre 2005 e 2012, período em que os servidores não receberam reajustes.
São representados pelo Sindsep cerca de 200 mil servidores da educação (exceto professores), serviço funerário, zoonoses, Iprem (Instituto de Previdência Municipal), Hospital do Servidor Público, além de funcionários de autarquias municipais, secretarias da prefeitura e subprefeituras.
Em nota, a prefeitura afirma que "tem mantido diálogo aberto com os representantes dos sindicatos e apresentado propostas que visam a valorização das carreiras no setor público, privilegiando os reajustes e reestruturações setoriais, de forma a corrigir distorções."
Oito anos sem reajuste
Durante nove anos, nas gestões de Gilberto Kassab (PSD), José Serra (PSDB) e Marta Suplicy (PT), os servidores receberam anualmente aumentos simbólicos de 0,01%. Os percentuais foram concedidos para driblar um artigo da Constituição, que determina que todos os servidores tenham os salários atualizados anualmente. A prática foi criticada pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
Em maio do ano passado, foi aprovado um projeto de lei de autoria do prefeito, estabelecendo aumento de 79,8% no piso dos servidores de nível básico (R$ 630 para R$ 1.132) e de 42,5% para os servidores de nível médio (R$ 968 para R$ 1.380). Segundo o Sindsep, o acordo salarial com a prefeitura, também aprovado em 2013, prevê reajuste de 11,43%, neste ano.
A categoria exige ainda a contratação de mais servidores, a criação de um programa municipal para combater o assédio moral e que os serviços públicos geridos por ONGs e OSs (organizações sociais) voltem a ser feitos pela administração pública, além de pautas específicas das diversas áreas que compõem a categoria.
O Sindsep é filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), que tem ligação histórica com o PT. Vários integrantes da direção do Sindsep, entre eles o presidente Sergio Ricardo Antiqueira e o vice Leandro Valquer, são filiados ao PT.
Outras greves
Em meio à conjuntura efervescente no país, várias categorias que trabalham ou prestam serviço à Prefeitura de São Paulo entraram em greve nas últimas semanas. Os professores municipais estão paralisados há um mês.
Hoje, agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), também em campanha salarial, não trabalharam e, para não serem penalizados, decidiram doar sangue. Na semana passada, a cidade parou com uma paralisação dos ônibus municipais, comandada por motoristas insatisfeitos com a direção do sindicato.
Na noite de hoje, os metroviários (servidores estaduais) decidem se entram em greve. O Metrô-SP é subordinado ao governo do Estado.
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