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Invasores do Minha Casa no Rio prometem acampar no local após reintegração

Do UOL, no Rio

17/11/2014 17h18

Ainda sem data para deixar os prédios do Minha Casa Minha Vida no Residencial Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro, os moradores que ocuparam o conjunto habitacional na semana passada prometem acampar em frente ao local. "A gente vai sair, mas as famílias que estão aqui não tem para onde ir. Vamos acampar do lado de fora até que a prefeitura nos dê uma solução", afirma o ambulante David Leandro, integrante do comitê criado pelos moradores para negociar com a Polícia Militar.

A desocupação, que estava marcada para esta segunda (17), foi suspensa. A Polícia Militar informou que aguarda a chegada do oficial de Justiça ao local para começar a desocupação. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a ação está sendo negociada com as partes.

Ao todo, Leandro diz que 237 famílias que viviam na favela ao lado do conjunto habitacional ocupam o local. Os moradores fizeram um cadastramento informal com os dados de cada família a fim de entregar a prefeitura. A Secretaria Municipal de Habitação, no entanto, afirmou que não irá tomar nenhuma medida com relação aos moradores e diz ter obrigação apenas com as pessoas cadastradas pelo Minha Casa Minha Vida e oficialmente sorteadas para morar no conjunto. Na quarta-feira (17), o prefeito Eduardo Paes chamou os invasores de "vagabundos".

Sete policiais, uma viatura da Polícia Militar e um veículo blindado da PM, conhecido como Caveirão, estão em frente ao condomínio para impedir a entrada de outras pessoas. O conjunto habitacional foi construído perto do Complexo do Chapadão, um conjunto de favelas que ainda não tem UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Ao lado do condomínio, que ficou oito meses vazio aguardando a documentação para que as famílias de baixa renda sorteadas pudessem morar, ainda há casas de palafita. As paredes do condomínio estão pichadas com símbolos da facção Comando Vermelho. Os apartamentos seriam entregues em dois meses.

A ordem de reintegração de posse foi expedida na quinta-feira (13) pelo juiz Paulo José Cabana de Queiroz Andrade, da 1ª Vara Cível da Regional da Pavuna. Entre as exigências, estão a identificação dos ocupantes e que a empresa BR4 seja a "depositária dos bens que os invasores se recusarem a retirar do local". Caso sejam encontradas armas e drogas, o material deve ser encaminhado para a 31ª Delegacia de Polícia (Ricardo de Albuquerque), onde o caso foi registrado.