Alemão ferido em explosão no Rio teve 50% do corpo queimado

O alemão Markus Müller, vítima da explosão em um prédio localizado em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro, na segunda-feira (18), sofreu queimaduras em 50% do corpo e está internado em estado gravíssimo no Hospital Municipal Miguel Couto. Segundo o último boletim médico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, nesta terça-feira (19), o paciente está entubado e respira com o auxílio de aparelhos.

Além das queimaduras, Müller teve lesões em várias regiões do corpo (face, tórax, pescoço, abdômen, braços e pernas). Ainda na noite de segunda, ele foi submetido a uma cirurgia.

A explosão ocorreu por volta de 5h40 na cozinha do apartamento de Müller, no 10º andar do edifício Canoas, um prédio de 19 andares situado na rua General Olímpio Mourão Filho. Outras três pessoas tiveram ferimentos leves.

A maior parte dos escombros caiu sobre o playground da edificação. Também houve projeção de destroços em direção ao prédio vizinho. Ao UOL, o porteiro Alexandre Alves, 37, afirmou que "parecia que o mundo estava acabando".

"Estava dormindo na minha cama. Dei um pulo quando escutei aquele barulho todo. Acordei com vidros em cima de mim", disse. "Foi muito assustador. Parecia que o mundo estava acabando."

Segundo a Defesa Civil do município, o incidente não provocou danos estruturais, isto é, não há risco de desabamento. No entanto, os moradores só poderão retornar ao edifício a partir desta quarta-feira (20), segundo previsão feita pela Prefeitura do Rio. Os andares mais afetados foram o décimo e o nono.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), esteve no local e afirmou que há chance de a explosão ter sido provocada por um vazamento de gás. "É uma fatalidade que tem que ser investigada. Não dá para um prédio explodir como se fosse uma bomba", disse. A Polícia Civil informou que está investigando todas as possibilidades. Peritos do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) recolheram materiais entre os escombros. O laudo da perícia deve ser entregue em até 30 dias.

Segundo relatos de moradores, o impacto se assemelhou à sensação de um "terremoto". Alguns pensavam que se tratava de uma explosão nas obras de extensão do metrô, próximas ao local. A arquiteta Elizabeth Rego Monteiro, de 60 anos, acordou com a explosão. "A janela do meu quarto foi parar em cima da minha cama", relatou. "Achei que era explosão no posto." Ela teve tempo apenas de se vestir, pegar a bolsa com documentos, o cachorro de estimação e descer. Moradora do 1301, ela conta que os apartamentos mais afetados ficavam na mesma coluna do 1001, onde houve a explosão.

"Nossa vistoria prévia está absolutamente em dia. Fatalidade é uma coisa que você não pode prever", declarou o síndico Jorge Alexandre de Oliveira, de 68 anos e há dois na função. Segundo ele, moradores não relataram nenhuma anormalidade ou cheiro de gás nos apartamentos pouco antes da explosão. Alguns dos residentes do prédio, assustados com o barulho da explosão, deixaram o local vestindo pijamas ou roupões de banho.