Topo

"Acordei com vidros em mim", diz porteiro de prédio vizinho a explosão

O porteiro Alexandre Alves, 37, mostra a destruição provocada pela explosão no prédio vizinho - Hanrrikson de Andrade/UOL
O porteiro Alexandre Alves, 37, mostra a destruição provocada pela explosão no prédio vizinho Imagem: Hanrrikson de Andrade/UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

18/05/2015 17h02Atualizada em 19/05/2015 07h54

O porteiro Alexandre Alves, 37, que trabalha no prédio vizinho ao edifício que explodiu na manhã desta segunda-feira (18), em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro, sofreu pequenos cortes nos braços por conta do acidente. Com o impacto da explosão, uma vidraça se estilhaçou dentro de seu quarto.

"Estava dormindo na minha cama. Dei um pulo quando escutei aquele barulho todo. Acordei com vidros em cima de mim”, disse. “Foi muito assustador. Parecia que o mundo estava acabando."

Para Alves, no entanto, "o estrago poderia ter sido muito pior". A sua casa está situada no playground da edificação, que fica em frente ao prédio que explodiu. Vários destroços, o que inclui blocos de concreto que seriam capazes de esmagar uma pessoa, voaram em direção ao edifício vizinho.

"Eu tive muita sorte, porque nada veio exatamente na minha direção", comentou. "Apenas a vidraça que fica em cima da minha cama quebrou, e o teto rachou na cozinha e no quarto. Ainda bem que eu sempre durmo coberto por um lençol. Não fosse isso, eu teria me machucado mais."

Ao abrir a porta de casa, Alves se deparou com um cenário de guerra. Os escombros estão espalhados por todo o andar. Algumas estruturas foram parcialmente destruídas. Entre os vários objetos que foram projetados em direção ao edifício, é possível observar eletrodomésticos, um ar-condicionado, roupas e até um aparelho celular.

"A gente desconfia que esse celular seja da pessoa que morava no apartamento que explodiu", contou.

Dois dias fora de casa

Os moradores do prédio que explodiu terão que esperar pelo menos dois dias para voltar aos imóveis, segundo o secretário-executivo de Coordenação de Governo da Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Teixeira. "Para retornar com tranquilidade, é impossível retornar antes de 48 horas", afirmou.

O subsecretário de Defesa Civil, coronel Márcio Motta, explicou que as redes elétrica e hidráulica estão sendo verificadas, além do sistema de distribuição de gás. "Tudo será restabelecido, mas não dá para fazer um trabalho como esse de imediato", afirmou Motta.

A explosão não abalou as estruturas do prédio, segundo as primeiras informações da Defesa Civil, e, portanto, a edificação não terá de ser implodida. O prédio de 19 andares fica na rua General Olímpio Mourão Filho e tem 72 apartamentos. "A estrutura não foi comprometida e não há risco de desabamento", disse Daniel Guerra, engenheiro da Defesa Civil.

O engenheiro Daniel Guerra lembrou que será necessário retirar muito entulho de alguns andares, antes de liberar o edifício. "Algumas das lajes entre os andares foram abaladas e tiveram um colapso parcial. Há muitos entulhos, concretos e ferros retorcidos por sobre elas, o que pode causar pequenos desabamentos. Vai levar um tempo para que a área seja liberada e é preciso paciência", disse.