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Após protestos, vilarejo de Minas recebe caminhões-pipa com água

Moradores de Pedra Corrida em Periquito (MG) fecharam a estrada no domingo (15) para exigir envio de caminhão-pipa para o vilarejo - Dilvugação/Leonardo Fernandes
Moradores de Pedra Corrida em Periquito (MG) fecharam a estrada no domingo (15) para exigir envio de caminhão-pipa para o vilarejo Imagem: Dilvugação/Leonardo Fernandes

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

16/11/2015 16h44

O reservatório de água do distrito de Pedra Corrida, em Periquito (MG), distante 197 Km de Belo Horizonte e cerca de 30 quilômetros de Governador Valadares (MG), começou a receber água na noite deste domingo (15), horas após o protesto de cerca de 200 moradores que fecharam a BR 381, com pneus queimados. 

O distrito de Pedra Corrida, com cerca de 300 casas, tem uma população estimada pela Prefeitura de Periquito em 1.200 pessoas.

Na manifestação, os moradores do distrito obrigaram um caminhão-pipa que se dirigia a Governador Valadares a descarregar 6.000 litros de água no reservatório de Pedra Corrida.

“Graça a Deus. O protesto valeu mesmo. Estávamos sem água há uma semana”, afirmou nesta segunda-feira (16) a secretária da escola municipal Dom José de Maria Pires em Pedra Corrida, Cleide de Oliveira, moradora do distrito.

Segundo ela, após o protesto e o desvio do caminhão-pipa da Samarco para o reservatório de Pedra Corrida, a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) enviou outros seis veículos para o abastecimento de água.

“Hoje (segunda-feira, 16), a Copasa enviou um caminhão logo cedo. Vamos ver se eles mantêm o ritmo para voltarmos a ter água. O volume enviado ainda não é suficiente. Só as casas em locais mais baixos, estão recebendo a água. Nas residências em locais mais altos, ela não chega”, afirma a secretária da escola.

Seca

A Prefeitura de Periquito confirma a situação experimentada pela população de Pedra Corrida. A crise hídrica atinge a região há cerca de dois anos. Os reservatórios da sede do município vêm sendo abastecido por caminhões-pipa que captam a água no rio Santo Antônio, que banha o município, além do rio Doce.

Dois distritos de Periquito, São Sebastião do Baixio e Serraria, por sua vez, estavam sendo abastecidos pela captação, também por meio de caminhões-pipa, em uma lagoa com nascente em uma propriedade rural do município.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Periquito, além dos caminhões enviados no domingo, outros sete veículos seriam enviados nesta segunda-feira. Com esse volume, deve ser possível a água chegar a todas as residências, inclusive as localizadas em pontos mais altos.

"Em Governador Valadares está pior"

Mas se a situação de abastecimento de água em Periquito é precária. Em Governador Valadares, 30 quilômetros de distância, está muito pior. Pelo menos na opinião do pedreiro João Pereira do Carmo, que fez as malas e, com a esposa e três filhos, mudou-se para a casa do irmão Reginaldo Pereira, na área central de Periquito.

“Aqui está muito ruim. A escola (municipal Waldemiro Barrel) reduziu pela metade o período das aulas, de quatro horas e meia para duas horas e meia, e ela está sendo abastecida por caminhão-enviado pela Prefeitura e um poço-artesiano no seu terreno”, afirma o secretário da escola municipal Waldermiro Barrel de Periquito, Reginaldo Pereira.

“Aqui está muito ruim também, mas lá (Governador Valadares) é pior. Recebi ele (o irmão) e a família com muito gosto”, disse.