Dúvidas sobre modelo encontrada morta em Piracicaba (SP); polícia aguarda laudos
Logo depois de a polícia encontrar o corpo da modelo Aline Pereira Godoi Furlan, 28, surgiram muitas dúvidas e boatos levantados durante as investigações sobre seu desaparecimento.
A modelo de Santa Bárbara d'Oeste (a 135 km de São Paulo) foi vista pela última vez na madrugada do dia 15, ao sair de uma cachaçaria em Piracicaba (a 164 km da capital paulista), e seu corpo foi encontrado após 16 dias de buscas, ao lado de seu carro, em uma ribanceira, na rodovia Luiz de Queiroz (SP-304).
Embora para a polícia a principal hipótese seja morte resultante de um acidente de trânsito, outras suspeitas só serão totalmente descartadas após a conclusão dos laudos necroscópico e toxicológico, feitos pelo IML (Instituto Médico Legal) e pelo IC (Instituto de Criminalística).
Nesta quarta-feira (3), o UOL conversou com a advogada da família, Daniele Helleno, que acompanha o caso desde o início, e com a SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado) para esclarecer algumas dessas dúvidas.
O carro pode ter sido jogado na ribanceira?
Pelas condições do carro, as hipóteses de que tenha sido jogado são remotas. Porém quaisquer teorias só poderão ser provadas diante do resultado da perícia e dos demais laudos, segundo a polícia.
O acidente pode ter ocorrido por ela estar em alta velocidade para fugir de alguém?
Essa possibilidade não está totalmente descartada. Os dados do GPS do celular de Aline não marcam a velocidade do veículo. Contudo, não há marcas de pneu no local do acidente, o que indica que ela não tentou frear o carro antes de cair na ribanceira, informou a advogada.
Além de acidente, a polícia trabalha em outras linhas de investigação?
Por enquanto, não. A polícia trabalha com a teoria de acidente, outras hipóteses só serão investigadas se o laudo pericial mostrar alguma inconsistência.
O celular da modelo já foi periciado? Elucidou alguma dúvida?
O celular e todos os pertences dela foram encontrados dentro do veículo. O aparelho foi periciado e o GPS reafirma a hipótese de acidente.
Por que o GPS reafirma a hipótese de acidente?
O GPS confirmou que a modelo saiu da cachaçaria às 3h14, horário que já havia sido mostrado pelas câmeras de segurança do local. Depois, ela passou na frente da avenida do shopping de Piracicaba, deu uma pequena volta pela cidade e seguiu sentido São Paulo. Às 3h44 entrou na rodovia, em seu caminho para casa. O acidente aconteceu 11 minutos depois, no km 147. Os horários são condizentes com a hipótese.
Quem foram as pessoas que estiveram com ela em suas últimas horas?
O dia dela foi em Santa Bárbara d'Oeste, onde morava. Ficou um pouco com a mãe, andou pelo centro da cidade e comprou cosméticos. Comeu em um restaurante japonês e, em seguida, foi para Piracicaba, onde esteve no bar com dois amigos entre as 23h50 do dia 14 e as 3h14 do dia 15. As câmeras do estabelecimento mostraram que ela saiu sozinha do local.
Houve algum tipo de desentendimento no bar?
Testemunhas dizem que houve um pequeno desentendimento e que ela teria se afastado dos amigos. A discussão teria sido motivada pelo fato de ela querer ir embora dirigindo e os amigos tentarem impedi-la porque ela havia ingerido bebida alcoólica, como já foi divulgado, disse a defensora.
Ela telefonou ao ex-namorado? O que disse? Pediu socorro?
Não. Não houve pedido de socorro. Ela ligou para ele várias vezes aquela noite, mas não pediu socorro. Eles se falaram por poucos minutos e desligaram.
Quando os laudos devem ficar prontos?
Os laudos do IML devem ficar prontos em 30 dias e os do IC em um prazo de até 60 dias.
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