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Criminosos atiram contra bases da polícia e provocam incêndios em Santa Catarina

Centro Administrativo de SC é alvo de tiros na madrugada de sexta-feira (1) - CRISTIANO ESTRELA/ESTADÃO CONTEÚDO
Centro Administrativo de SC é alvo de tiros na madrugada de sexta-feira (1) Imagem: CRISTIANO ESTRELA/ESTADÃO CONTEÚDO

Aline Torres

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

01/09/2017 17h08

Criminosos atiraram contra bases da polícia, lançaram coquetéis Molotov e provocam incêndios em carros e até em uma ponte em Santa Catarina. O Estado passa pela quinta onda de ataques do crime organizado em cinco anos.

Entre a noite de quinta-feira (31) e a madrugada de sexta-feira (1) foram registrados ataques em pelo menos 11 cidades catarinenses, sem registro de feridos. O governo estadual disse estar "agindo à altura" para impedir novos ataques.

Os principais alvos foram bases policiais e de agentes prisionais. Até uma base da Polícia Militar no Centro Administrativo do Governo do Estado, em Florianópolis, foi alvo de tiros de pistola disparados por motoqueiros.

Em Criciúma, no sul do Estado, foram incendiados um carro de polícia e uma ponte de madeira que liga os bairros Meller e São Francisco. Criminosos também bloquearam ruas com pneus em chamas.

A prefeitura da cidade também foi invadida e teve uma sala incendiada.

Facções criminosas

O governador Raimundo Colombo (PMDB) disse que “essa é uma situação que desafia o Brasil todo, é um movimento nacional do crime organizado" - o que foi interpretado por analistas como possíveis suspeitas contra a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), originária de São Paulo, mas que atua em quase todo o país..

Porém, autoridades do governo e do Ministério Público estão mantendo sigilo sobre as ações da polícia para não prejudicar as investigações.

Santa Catarina sofre com a atuação de uma facção criminosa local conhecida como PGC (Primeiro Grupo da Capital). Essa organização criminosa está em disputa com o PCC, que estaria tentando controlar o tráfico de drogas no Estado, de acordo com suspeitas do Ministério Público.

Autoridades catarinenses disseram ter interceptado mensagens de organizações criminosas que estariam ordenando ataques coordenados no Estado. Isso levou as forças de segurança catarinenses a entrarem em alerta.

Além de Florianópolis e Criciúma foram registrados ataques em Navegantes, Joinville, São José, Palhoça, Balneário Rincão, Balneário Arroio da Silva, Balneário Gaivota, Camboriú e Balneário Camboriú - onde um coquetel Molotov foi arremessado contra o prédio do Instituto Geral de Perícias.

Assassinatos

Em duas semanas, quatro agentes de segurança foram assassinatos no Estado. O policial militar Celso Olivério da Costa foi morto em Florianópolis no dia 11. Após sete dias, o agente penitenciário Elton Davi de Oliveira Máximo foi morto a tiros em Joinville. No mesmo município, o PM Joacir Roberto Vieira foi executado na segunda-feira (25). A última vítima foi o sargento Edson Abílio Alves, da reserva remunerada da PM, morto nesta semana.

Ele foi atacado em frente a uma padaria em Camboriú e levou três tiros. Em 2013, durante uma das ondas de ataques registradas em Santa Catarina, a casa do policial já tinha sido alvo de tiros.