Topo

Tem que enterrar esqueleto, diz FHC sobre Aécio e Serra

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/11/2020 11h55Atualizada em 01/12/2020 10h19

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse hoje que o seu partido deveria enterrar "seus esqueletos", como o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e o senador José Serra (PSDB-SP).

Em entrevista ao UOL, conduzida pelo colunista Tales Faria, FHC foi questionado sobre o que o PSDB deveria fazer com "seus esqueletos". O jornalista citou três exemplos em sua pergunta: Aécio, Serra e Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo. FHC respondeu: "Acho que, esqueleto, o próprio nome diz: tem que enterrar, né?".

Em seguida, FHC fez uma ressalva. "Agora, nem todos são esqueletos. Alguns parecem ser, mas estão vivos ainda. Então, não vai enterrar antes da hora."

O ex-presidente, então, fez elogios a Alckmin, dizendo que ele teve participação nos resultados das eleições deste ano, mas não falou nada sobre Aécio e Serra.

"O PSDB tem dificuldade nesta matéria [de fazer autocrítica] e paga o preço por isso também. Onde é que nós fomos realmente vitoriosos [nestas eleições municipais]? Certamente em São Paulo. Por quê? Por que o Geraldo Alckmin é um sujeito que todo mundo sabe que é sério. Ninguém põe em dúvida a seriedade do Geraldo. O PSDB tem a tradição de ter uma certa efetividade. Em São Paulo, vai bem", pontuou.

PSDB nunca teve ares de pureza do PT

Na opinião do ex-presidente, o PT sofreu mais derrotas nestas eleições porque surgiu com a "aura de corrigir o Brasil".

"Aí, chegou lá e teve o 'mensalão'. Se fosse em outro partido, talvez não tivesse marcado tanto o partido. O que se esperava do PT, em termos de pureza, foi muito grave. O PSDB nunca teve nem ares de tanta pureza como o PT e nem fez coisas tão graves quanto o PT. As pessoas não ligaram a legenda aos maus feitos diários. No PT, parece que o partido está por trás de tudo", analisou.