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Polícia nega que suspeito de ataque no Arizona tenha tido cúmplice; deputada segue em estado grave

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

09/01/2011 21h06

A polícia descartou que o homem que estava sendo procurado por suposto envolvimento no tiroteio no Arizona tenha tido participação no incidente, depois que se descobriu que se tratava do taxista que transportou o autor dos disparos, informou neste domingo a imprensa americana.

O escritório do xerife do condado de Pima, no Arizona, lançou neste domingo um alerta para localizar um homem que estaria envolvido no atentando de sábado em um ato político em um supermercado em Tucson, no qual seis pessoas morreram e 14 ficaram feridas, entre elas a congressista Gabrielle Giffords.

O homem, que chegou a ter sua imagem divulgada, foi localizado e interrogado, e seu envolvimento no caso foi descartado.

Os investigadores comprovaram que se tratava apenas do taxista que transportou Jared Lee Loughner, de 22 anos, o suposto atirador.
 

  • Arquivo pessoal/Reuters

    Uma das seis vítimas mortas no ataque deste sábado no Arizona, Christina Taylor Greene, de 9 anos, nasceu no fatídico 11 de setembro

A suspeita contra o taxista se deu porque após a corrida, o jovem disse não ter dinheiro para pagar e eles entraram juntos em uma casa de câmbio.

Neste domingo, as autoridades formularam as primeiras acusações contra Loughner: duas por homicídio e três por tentativa de assassinato. Na segunda-feira, o jovem deverá comparecer perante o juiz.

A deputada

A deputada democrata Gabrielle Giffords, 40, continua internada em estado grave, mas já "pode se comunicar", anunciou neste domingo um dos cirurgiões que a operou. O ataque deixou seis mortos, entre eles um juiz federal e uma menina de 9 anos, além de 14 feridos, incluindo a parlamentar. O número anterior era de 12 feridos, mas foi alterado pelas autoridades neste domingo (9).

A congressista "é capaz de se comunicar conosco seguindo ordens simples", explicou Michael Lemole, chefe de neurocirurgia do University Medical Center de Tucson. Lemole disse estar "cautelosamente otimista" sobre a recuperação da deputada, mas advertiu que sua "condição continua sendo crítica".

A democrata conversava com eleitores em frente a um supermercado da cidade no sábado, quando um atirador abriu fogo contra as pessoas que participavam do evento público.

Apesar da gravidade do ferimento de Giffords --que chegou a ser dada como morta quando as primeiras informações do atentado começaram a circular na imprensa--, os cirurgiões do Hospital Universitário de Tucson, onde ela está internada, acreditam em sua recuperação.

"Ela está em estado crítico, (mas) eu estou otimista quanto a uma melhora do quadro", indicou Peter Rhee, chefe da unidade de emergência do centro médico. "Não sabemos dizer que tipo de recuperação, mas estou tão otimista quanto possível".

No entanto, um comunicado divulgado pelo cirurgião Richard Carmona, amigo da família e médio da congressista, expressou tom mais cauteloso. "Com contido otimismo, espero que ela sobreviva, mas (ela sofreu) um ferimento muito devastador", afirmou.

O atirador

O agressor foi identificado como Jared Lee Loughner, de 22 anos, que mora na cidade e foi preso no local do crime.

Neste domingo, a polícia do Arizona divulgou ainda a imagem de um homem, feita por uma câmera de segurança no local, considerado suspeito de envolvimento na chacina. O xerife do condado de Pima, Clarence Dupnik, disse no sábado que uma segunda pessoa "do interesse" da investigação estava sendo procurada.

Os motivos da aparente tentativa de assassinato ainda não foram esclarecidos. Loughner, ex-recruta do exército, usava a internet para expressar seu ódio pelo governo.

Em um perfil criado pelo jovem no portal de vídeos YouTube, ele lista o "Manifesto Comunista", de Karl Marx e Friedrich Engels, e o livro "Mein Kampf", de Adolf Hitler, como suas leituras favoritas.

Uma testemunha do crime, que ajudou a derrubar o atirador, disse que o suspeito parecia disposto a matar ainda mais pessoas, pois tinha consigo mais dois cartuchos de munição e uma faca no bolso.

"Ele estava preparado para a guerra, não estava brincando", declarou Joe Zamudio à rede americana CNN. "Ele estava calmo, quase impassível."
Segurança

Como a maioria dos congressistas, Giffords viajava sem grandes esquemas de segurança, apesar das ameaças sofridas durante a última campanha eleitoral, na qual ela conseguiu se reeleger no Arizona, tradicionalmente republicano.

A congressista é casada com o astronauta da Nasa Mark Kelly, e foi a primeira mulher judia eleita para o Congresso pelo Arizona.

*Com agências internacionais