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Brasileiros que estavam em navio poderão pedir indenização

Fabiana Nanô

Do UOL, em São Paulo

16/01/2012 19h18

Os 57 brasileiros que se encontravam no navio Costa Concordia, que naufragou na ilha de Giglio, na Itália, na última sexta (13), poderão pedir indenização por danos morais e materiais – estes incluem ressarcimento do preço do pacote do cruzeiro, reparação por objetos perdidos no acidente, traslado de volta e eventuais despesas médicas. A afirmação é do advogado Leonardo Amarante, especialista em Responsabilidade Civil e Defesa do Consumidor.

Existem duas formas de buscar essa indenização. “Se o pacote foi comprado no Brasil, não há dúvida de que a empresa daqui responde. A Costa Cruzeiros [responsável pelo navio Costa Concordia] também está estabelecida no Brasil. É questão de reunir a documentação necessária e buscar um acordo”, ressaltou o advogado.

Maíra Feltrin Alves, assistente técnica do Procon-SP, acrescenta que, pela lei, todos os fornecedores, da empresa que vendeu o pacote de viagem à que administra o navio, são responsáveis pelos danos morais e materiais. “Tudo deve ser reembolsado. O consumidor pode pedir indenização a ambas empresas, de acordo com a legislação brasileira.”

Se a pessoa comprou o pacote no exterior, é provável que se busque uma solução comum para todos os passageiros de diferentes nacionalidades que estavam a bordo. “Nesses casos, como há muitas pessoas envolvidas, vindas de países com leis diferentes, é feito um consórcio de advogados para buscar um acordo em âmbito global”, explica Amarante.

Em comunicado, a Costa Cruzeiros informou que emprega mais de 1.100 funcionários “para dar suporte aos hóspedes e suas famílias”. “Também estamos cooperando e trabalhando com as autoridades para dar assistência às operações de busca. Nossa prioridade imediata é atender aos passageiros e à tripulação e providenciar o que for possível para que eles possam voltas às suas casas em segurança.”

A companhia ressalta ainda que contratou uma empresa especializada para proteger a área ao redor do navio. Hoje, o ministro italiano de Ambiente, Corrado Clini, afirmou que o Costa Concordia está perdendo líquido, e não descartou declarar estado de emergência ambiental.