Torturador do Khmer Vermelho é condenado a prisão perpétua no Camboja
O diretor da prisão de Phnom Penh durante o regime do Khmer Vermelho no Camboja, Kaing Guek Eav, conhecido como Douch, foi condenado, após apelação, à prisão perpétua nesta sexta-feira (3) pela morte de cerca de 16 mil pessoas na prisão que dirigiu.
O juiz da Suprema Corte, Kong Srim, aumentou a condenação por declará-lo culpado também de extermínio, depois de anular a compensação pelo tempo passado na prisão sem julgamento e desprezar o peso dos atenuantes expostos pela defesa. "Os crimes cometidos por Kaing Guek Eav estão entre os piores da história. Merecem a pena mais dura que existir", disse o juiz.
O chefe de Tuol Sleng, ou S21, a prisão central da capital do país, entre 1975 e 1979, foi condenado em primeira instância a 30 anos de prisão em julho de 2010, por crimes de guerra e contra a humanidade. O Supremo Tribunal, no entanto, elevou a pena para perpétua.
Durante a apelação, seus advogados assinalaram que o tribunal auspiciado pelas Nações Unidas não tem jurisdição para processar seu cliente, por considerar que este não exerceu um cargo de destaque no regime nem foi o responsável direto pelos crimes cometidos dentro da prisão, na qual, de acordo com este tese, se limitou a cumprir ordens.
A Promotoria também recorreu da decisão para pedir prisão perpétua, apesar de no final do julgamento ter proposto 40 anos de cadeia. Duch é o primeiro condenado entre as destacadas autoridades do Khmer Vermelho implicadas nas atrocidades cometidas durante o regime que causou a morte de pelo menos 1,7 milhão de pessoas, entre 1975 e 1979.
Outros três acusados - o ideólogo e número dois da organização, Nuon Chea, o ex-ministro das Relações Exteriores Ieng Sary e o ex-chefe de Estado Khieu Samphan - vêm sendo julgados desde novembro.
Pol Pot, líder do Khmer Vermelho, morreu em abril de 1998 na base da guerrilha situada em Anlong Veng, no noroeste do Camboja.
*Com informações das agências internacionais
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