Topo

Atentado deixa um morto e um ferido durante eleições legislativas em Québec, no Canadá

Líder do Partido Quebequense, Pauline Marois, é tirada às pressas do palco onde discursava quando foram ouvidos os tiros - Paul Chiasson/AP Photo
Líder do Partido Quebequense, Pauline Marois, é tirada às pressas do palco onde discursava quando foram ouvidos os tiros Imagem: Paul Chiasson/AP Photo

Do UOL, em São Paulo

05/09/2012 02h41Atualizada em 05/09/2012 08h05

Uma pessoa morreu e outra foi gravemente ferida durante um atentado que aconteceu no fim da noite desta terça-feira (4) na cidade de Montreal, em Québec, no Canadá. O incidente ocorreu no momento em que a líder do Partido Quebequense, Pauline Marois, 63, discursava.

O partido separatista venceu as eleições legislativas realizadas nesta terça.

Segundo a polícia de Montreal, o atirador, que estava usando uma máscara, tem 62 anos e entrou na parte de trás do teatro Metrópolis pouco antes da meia-noite (1h da quarta-feira, horário de Brasília) com um rifle e um revólver e atirou em duas pessoas. Segundo a polícia, um homem de 40 anos morreu no local, outro foi levado ao hospital em estado grave.

O suspeito foi detido imediatamente e uma arma de fogo foi apreendida. De acordo com as imagens de uma câmera de segurança, ao ser abordado pela polícia, o homem gritou "os ingleses estão acordando".

Quando os tiros foram ouvidos, Pauline Marois foi retirada às pressas do palco por seus seguranças, mas retornou minutos depois para tranquilizar as pessoas que estavam no local. Ela saiu ilesa do atentado.

O jornal La Presse citou fontes de segurança dizendo que a polícia de Montreal isolou um caminhão no qual suspeitava haver armas. Outros veículos de imprensa canadenses disseram que o homem que morreu era um técnico do teatro e o que ficou gravemente ferido era motorista do ônibus de campanha do Partido Quebequense.

O incidente aconteceu pouco depois de Marois afirmar que "o futuro de Quebec é virar um país soberano". 

Resultados preliminares indicam que o Partido Quebequense conquistou 56 dos 125 assentos no legislativo. Depois de nove anos, o Partido Liberal deixa o poder da maior província canadense, de língua francesa.

"Nós aceitamos e respeitamos a escolha (dos eleitores)", disse o atual primeiro-ministro do Québec, Jean Charest.

Com o resultado, Pauline Marois vai se tornar a primeira mulher a comandar o Québec.

O tiroteio ofuscou a notícia de que o Partido Quebequense venceu os Liberais, do atual governo provincial, na votação de terça-feira. Mas como seu partido conquistou uma maioria pequena (31,9 por cento para o PQ enquanto os Liberais ficaram com 31,2 por cento), Marois terá de se contentar com um governo de minoria, o que efetivamente afasta a possibilidade de outro referendo sobre a separação do Québec do Canadá.

Os governos anteriores do PQ realizaram referendos sobre a independência da região em 1980 e 1995, mas o separatismo foi rejeitado.

Embora Pauline tenha prometido realizar uma outra votação "quando for a hora certa", isso ainda poderia levar anos. Uma pesquisa recente mostrou que apenas 28 por cento da população de Québec apoia a separação do restante do Canadá. (Com Reuters)