Cerca de 650 reféns são libertados em campo de gás na Argélia; TV mostra primeiras imagens
As forças de segurança argelinas soltaram nesta sexta-feira (18) o primeiro balanço de reféns do sequestro de um campo de gás no país por um grupo extremista. Segundo o balanço, 573 argelinos e cerca de cem dos 132 reféns estrangeiros foram libertados até agora.
Segundo o balanço provisório, recolhido pela agência estatal argelina "APS", continua a operação para libertar outro grupo de reféns que permanece detido no campo ? o número dos reféns mantidos no campo não foi divulgado.
Primeiras imagens
A televisão estatal argelina mostrou hoje as primeiras imagens de reféns argelinos e estrangeiros libertados pelas forças especiais do Exército.
Veja as imagens dos reféns
Também não foi divulgado o número de mortos e feridos entre os reféns, além das baixas entre as fileiras do grupo armado que invadiu as instalações de gás, situadas em In Amenas, na província de Ilizi, no sudeste da Argélia.
A maioria deles - entre os quais filipinos, britânicos e turcos, assim como outros estrangeiros que não disseram sua nacionalidade - se centraram em descrever o alívio que sentiram após serem resgatados, e em elogiar a atuação do Exército.
Os reféns apareceram visivelmente cansados, alguns subindo em um ônibus para serem retirados da área.
Entenda o caso
Em 11 de janeiro, a França se declarou em "guerra contra o terrorismo" no Mali, intervindo militarmente na nação africana, a pedido do governo local. O objetivo é combater grupos extremistas que controlam várias regiões do país, sobretudo o norte. Para a intervenção, a França obteve apoio da ONU e da Otan, além de apoio logístico de vários países europeus, entre eles o Reino Unido, e os Estados Unidos.
No dia 13, a Argélia permitiu que a França utilizasse seu espaço aéreo para intervir no norte do Mali, o que levou um grupo extremista a sequestrar um campo de gás em In Amenas, no centro-leste da Argélia. A ação foi uma represália à decisão do governo local. O campo de In Amenas é controlado por um consórcio formado pela argelina Sonatrach, a britânica BP e a norueguesa Statoil, e produz gás equivalente a 160 mil barris de petróleo por dia, mais de um décimo da produção de gás da Argélia.
Na quinta-feira (17), uma operação do Exército argelino para retomar o controle do campo matou 49 pessoas: 34 reféns e 15 rebeldes. As informações sobre mortos, no entanto, são imprecisas. Também não se sabe quantos reféns estão vivos e quantos conseguiram fugir. Agências de notícias dizem que mais de 600 escaparam. Do lado dos rebeldes, os números também divergem. Uma fonte de segurança argelina afirmou que 18 extremistas morreram na ação das forças oficiais. A operação do Exército para a tomada de controle total do campo continua. |
A televisão também mostrou imagens de feridos no hospital de In Amenas, cidade a cerca de 40 quilômetros das instalações da unidade atacada, mas não deu números nem de mortos nem de feridos.
Troca
O chefe do grupo salafista ofereceu a libertação dos reféns americanos em troca de dois notórios islamitas presos nos Estados Unidos. Segundo disseram fontes dos sequestradores à agência privada mauritana "ANI" - canal de comunicação com o qual estão em contato desde o primeiro momento -, o chefe do grupo sequestrador, Mojtar Bel Mojtar, acrescentou estas exigências às já conhecidas de deter a ofensiva militar sobre o norte do Mali, e expôs suas condições em um vídeo que entregará a vários meios de imprensa.
Brasileiros fora de perigo
O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informou que não há brasileiros entre as vítimas do sequestro coletivo na Argélia e os que estão nas áreas mais arriscadas no Mali. Nos dois países africanos, a comunidade brasileira não chega a cem pessoas. No Mali, há um grupo de pouco mais de dez brasileiros, enquanto na Argélia o número sobe para 50, de acordo com as embaixadas em ambos os países.
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