Ex-membro do IRA que apontou chefe de partido político como mandante de crimes é encontrada morta
Uma ex-integrante do IRA (Exército Republicano Irlandês) foi encontrada morta em sua casa em Dublin, na Irlanda, na última quinta-feira (24). As informações são do jornal "Daily Mail".
Dolours Price, 61, era uma conhecida ex-integrante do grupo paramilitar católico e havia denunciado em 2012 que Gerry Adams, líder do partido político Sinn Fein, era um dos chefes do grupo e havia ordenado mortes e atentados durante a década de 1970.
A polícia suspeita que a morte de Dolours tenha sido causada por uma overdose de drogas. Familiares disseram que a morte não está sendo tratada como suspeita.
Em entrevistas, a ex-integrante assumiu sua participação em atentados, entre eles, um sequestro em Belfast que terminou com a morte de uma dezena de suspeitos de serem informantes. Eles foram queimados e enterrados em covas sem identificação. Segundo Dolours, a ação foi comandada por Adams, que nega as acusações.
Outra ação que ela atribuiu a Adams, dessa vez em entrevista ao jornal britânico "The Telegraph", era o ataque a bomba em 9 de março de 1973, em Londres. Duas bombas foram detonadas, ferindo mais de 200 pessoas.
Dolours também afirmava ter participado do sequestro de Jean McConville, em 1972, mãe de dez filhos e suspeita de passar segredos do grupo a tropas britânicas. Segundo ela, Jean foi entregue a militantes do IRA que eram os responsáveis pelas execuções a mando de Adams. O corpo de Jean só foi encontrado três décadas depois.
Ao jornal "Sunday Telegraph", em 2012, ela disse que até a descoberta do corpo de Jean não sabia o que tinha acontecido com ela.
Dolours e seu grupo foram julgados e condenados à prisão perpétua em 1981 pela participação nos atentados realizados pelo IRA. Ela foi solta oito anos depois por sofrer de uma desordem alimentar.
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