Papa beatifica 63 católicos
O papa Francisco aprovou nesta quinta-feira (28) as beatificações de 63 católicos, na maioria vítimas da guerra civil espanhola, do nazismo e do comunismo, anunciou o Vaticano. Pela primeira vez desde que é papa, Francisco autorizou a Congregação para a Causa dos Santos a promulgar os decretos que, no futuro, vão possibilitar as beatificações.
A análise da vida e morte virtuosas dos futuros beatos foi lançada anos antes da eleição do papa em 13 de março. A maior parte dos mártires reconhecidos por Francisco foram mortos "por ódio à fé" na Guerra Civil da Espanha (1936-1939).
Entre os futuros beatificados, está Vladimir Ghika (1873-1954), príncipe romeno ortodoxo que se converteu ao catolicismo e trabalhou nomeadamente ao serviço da diplomacia de Pio 11, depois de vários anos em Paris. Ghika regressou à Romênia durante a Segunda Guerra Mundial para ajudar os refugiados poloneses que fugiram da invasão nazista. Em 1952, foi detido pela polícia comunista.
O italiano Rolando Rivi (1931-1945) também vai ser beatificado. Ele foi morto por comunistas aos 14 anos, três anos depois de ter entrado no seminário. O compatriota dominicano Giuseppe Girotti (1905-1945) foi morto no campo de concentração de Dachau (Alemanha). Em 1995, foi reconhecido como "justo entre as nações" pela ação a favor dos judeus.
Francisco autorizou a beatificação de Regina Christine Wilhelmine Bonzel (1830-1905), fundadora das Franciscanas da Adoração Perpétua, em Olpe (Alemanha), ao reconhecer um milagre atribuído à sua intervenção.
No dia 12 de maio, serão realizadas as primeiras canonizações do pontificado do papa Francisco. Elas foram aprovadas em 11 de fevereiro por Bento 16, durante a reunião de cardeais em que o papa emérito anunciou a renúncia.
Os futuros santos são Antonio Primaldo e 800 mártires italianos assassinados pelas forças otomanas em 1480, em Otrante (Itália), por não terem renegado a fé. As demais canonizadas são a colombiana Laura de Santa Catalina de Siena Montoya y Upegui e a mexicana Maria Guadalupe Garcia Zavala, duas religiosas fundadoras de ordens religiosas nos seus países.
O papa reconheceu também as virtudes heroicas, primeiro passo para a santidade, do padre mexicano Mosè Lira Serafin, fundador da Congregação dos Missionários da Caridade de Maria Imaculada. Serafin, sacerdote dos Missionários do Espírito Santo, nasceu em Tlatempa (México) em 16 de setembro de 1893 e morreu na Cidade do México em 25 de junho de 1950.
O caminho para ser elevado à condição de santo pela Igreja Católica tem três etapas: o primeiro é venerável servo de Deus, o segundo, beato, e o terceiro, santo. Venerável servo de Deus é o título atribuído a uma pessoa morta, à qual se reconhece ter vivido as virtudes de maneira heróica. Para que um venerável seja beatificado, é necessário o reconhecimento de um milagre por sua intercessão e, para que seja canonizado (santo), é necessário um segundo milagre. Esse segundo milagre deve ocorrer depois de ter sido proclamado beato.
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