Coreia do Norte vai reativar reator nuclear fechado desde 2007
A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira (2) que está em processo de "ajuste e reativação" das instalações do complexo nuclear de Yongbyon, incluindo um reator fechado em 2007, de acordo com a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.
Um porta-voz do setor energético do país disse à agência que a decisão está alinhada com a política de "fortalecer a capacidade nuclear das Forças Armadas em qualidade e quantidade", e também visa resolver "sérios" problemas de falta de energia elétrica.
O governo da Coreia do Sul afirmou que lamenta "profundamente" o anúncio feito pela Coreia do Norte. "Caso isso seja confirmado, seria profundamente lamentável", declarou à imprensa o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Seul, Cho Tai-young.
O reator foi fechado em 2007 como parte de negociações internacionais de desarmamento nuclear, que desde então estão paralisadas.
O anúncio ocorre um dia depois que o Parlamento norte-coreano aprovou o fortalecimento das atividades para desenvolvimento de armas nucleares e a criação de um escritório específico "para o desenvolvimento de planos espaciais".
A decisão acirra ainda mais as tensões na região. Nas últimas semanas, o país comunista tem protagonizado ameaças quase que diárias de um possível conflito nuclear contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
Tensão em capítulos
Nesta segunda-feira (1º), a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, ameaçou com uma "enérgica" represália a qualquer provocação da Coreia do Norte, com o respaldo dos Estados Unidos, que enviaram caças F-22 e posicionou um destróier na península coreana.
No sábado (30), Pyongyang anunciou que se encontrava em "estado de guerra" com a Coreia do Sul, depois de ter rompido todas as comunicações diretas entre os governos e os exércitos dos dois países na quarta-feira (27).
A tensão na península é grande desde dezembro, quando o Norte executou com sucesso um lançamento de foguete, considerado pelos Estados Unidos e a Coreia do Sul como um disparo de teste de míssil balístico.
Em fevereiro, Pyongyang executou um terceiro teste nuclear, o que provocou a adoção, no início de março, de novas sanções pelo Conselho de Segurança da ONU.
As tensões militares entre as duas nações aumentaram de maneira dramática nas últimas semanas, quando a Coreia do Norte intensificou a retórica belicista contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
Em protesto contra as manobras militares conjuntas realizadas por Coreia do Sul e Estados Unidos, o governo do Norte declarou nulo o armistício que interrompeu a guerra da Coreia em 1953 e ameaçou com um "ataque nuclear preventivo" contra alvos sul-coreanos e americanos.
Os governos da Coreia do Sul e Estados Unidos já alertaram Pyongyang sobre as severas repercussões de qualquer agressão. Washington enviou à região bombardeiros B-52 e B-2, com capacidade de cargas nucleares, assim como caças F-22.
No domingo (31), o líder norte-coreano presidiu uma reunião do comitê central do partido único, o Partido do Trabalho. O comitê decidiu que o direito de possuir armas nucleares "deverá estar inscrito na lei" e que seu arsenal será melhorado "em qualidade e em quantidade". (Com agências internacionais)
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