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Coreia do Norte ameaça atacar principais cidades japonesas

Do UOL, em São Paulo

10/04/2013 04h04Atualizada em 10/04/2013 09h48

A Coreia do Norte ameaçou nesta quarta-feira (10) transformar o Japão em um "campo de batalha", com possíveis ataques a suas principais cidades, entre elas Tóquio, Osaka e Kioto, caso os japoneses produzam movimentos que provoquem o início de um conflito armado.

O arsenal norte-coreano

  • A quantidade exata de armas nucleares na Coreia do Norte é uma incógnita, uma vez que o país não é signatário de tratados para controle de tecnologias para destruição em massa.

    No entanto, estima-se que o arsenal do país inclui alguns foguetes que poderiam atingir não só Seul, mas capitais como Tóquio e até mesmo bases norte-americanas no Pacífico.

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Em um editorial publicado hoje pelo jornal "Rodong Sinmundo", pertencente ao partido único norte-coreano, o regime também ameaça causar a "destruição" do Japão se esse país agir politicamente contra a Coreia do Norte, em um momento de elevada tensão na península pelas contínuas ameaças bélicas norte-coreanas.

"O Japão está perto do nosso território e, portanto, não poderá fugir dos nossos ataques", detalha o editorial, que cita cinco cidades japonesas, nas quais se encontra um terço dos 127 milhões de japoneses, como possíveis alvos militares.

O editorial norte-coreano denuncia que o Japão posicionou vários contingentes militares na costa em frente ao país comunista, e promete que "se houver um ato de guerra, todo o território do arquipélago japonês se transformará em um campo de batalha".

Pyongyang também reitera sua ameaça contra as bases militares dos Estados Unidos em território japonês. "O Exército da Coreia do Norte é absolutamente capaz de fazer saltar pelos ares as bases militares não só no Japão como em outras áreas da região Ásia-Pacífico".

"O atual regime japonês está optando pelo risco militar, intensificando sua política hostil à Coreia do Norte, em linha com a política dura dos EUA de reprimir com a força das armas", assinala o editorial.

Na terça-feira (9), perante a possibilidade de Pyongyang realizar em breve testes de mísseis, o Japão instalou no centro de Tóquio sistemas antimísseis.Esses sistemas instalados na capital serviriam para derrubar projéteis no caso de um ataque escapar dos destróieres que o Japão tem localizados no mar do Japão.

Tensão na península coreana

Os Estados Unidos consideram que a Coreia do Norte pode lançar algum de seus mísseis balísticos a qualquer momento, já que as informações mais recentes de seu serviço de inteligência revelam que é provável que o governo norte-coreano tenha completado os preparativos, informou nesta terça-feira a rede "CNN", citando fontes oficiais que pediram anonimato.

Número de ogivas por país

  • Estima-se que existam mais de 17 mil ogivas nucleares no mundo, de acordo com a Federação de Cientistas Americanos. Do total, cerca de 4.300 são consideradas operacionais.

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Horas antes, a Coreia do Norte havia recomendado que estrangeiros que vivem na Coreia do Sul se preparem para deixar o país em caso de guerra, segundo informou a agência estatal de notícias norte-coreana.

"Caso haja guerra, não queremos que estrangeiros que vivem na Coreia do Sul fiquem feridos", diz o comunicado transmitido pela agência de notícias KCNA. O documento recomenda que "todas as organizações internacionais, empresas e turistas se preparem para adotar medidas de evacuação".

Na última sexta-feira (5), o regime de Kim Jong-un já havia aconselhado os funcionários das embaixadas estrangeiras em Pyongyang a abandonarem o país antes do dia 10, sob o argumento de uma suposta guerra iminente.

A Coreia do Norte multiplicou as declarações belicosas depois que a ONU adotou novas sanções por supostos testes nucleares realizados pelo país. Também expressou irritação com as manobras militares conjuntas de Estados Unidos e Coreia do Sul em território sul-coreano.

No dia 30 de março, Pyongyang anunciou que se encontrava em "estado de guerra" com a Coreia do Sul, depois de ter rompido todas as comunicações diretas entre os governos e os exércitos dos dois países, no dia 27.

A tensão na península é grande desde dezembro, quando o Norte executou com sucesso um lançamento de foguete, considerado pelos Estados Unidos e a Coreia do Sul como um disparo de teste de míssil balístico.

Em fevereiro, Pyongyang executou um terceiro teste nuclear, o que provocou a adoção, no início de março, de novas sanções pelo Conselho de Segurança da ONU.

Em protesto contra as manobras militares conjuntas realizadas por Coreia do Sul e Estados Unidos, o governo do Norte declarou nulo o armistício que interrompeu a guerra da Coreia em 1953 e ameaçou com um "ataque nuclear preventivo" contra alvos sul-coreanos e americanos.

Os governos da Coreia do Sul e Estados Unidos já alertaram Pyongyang sobre as severas repercussões de qualquer agressão. (Com agências internacionais)