Polícia encontra pornografia infantil em computador de acusado por sumiço de April Jones
A polícia que investiga o caso de April Jones, desaparecida desde 1º de outubro de 2012 no Reino Unido, disse nesta terça-feira (30), durante o primeiro dia do julgamento de Mark Bridger, 47, que encontrou imagens da estudante de cinco anos e de pornografia infantil no computador do suspeito, como aponta a reportagem do tabloide britânico "Daily Mail".
"Bridger tem um claro interesse em pornografia infantil e em casos de assassinato de crianças", relatou o promotor Elwen Evans, ao avaliar o conteúdo encontrado no computador do acusado e ao relacionar a prática do crime a "motivos sexuais".
Ao justificar as ligações do suspeito com o crime, como destacou o jornal britânico "The Guardian", Evans afirmou ainda ter encontrado sangue de April na sala de estar, no hall e no banheiro da casa de Bridger, além de fragmentos de ossos queimados, que a polícia acredita ser do crânio da garota.
A promotoria mostrou aos jurados uma foto da casa de Bridger, com destaque para os lugares onde o sangue e o DNA de April foram encontrados. "Esta é a casa onde o sangue e os fragmentos ósseos foram encontrados. Essa casa está situada em Mount Pleasant, há três quilômetros de Machynlleth e muito próxima de um rio", afirmou o promotor, que acrescentou que os esforços do réu para limpar o DNA da criança de sua casa falharam.
"Bridger teia feito uma extensa limpeza para tentar se livrar de qualquer evidência, o que incluiu a eliminação do corpo de April e de todas as suas roupas", disse o promotor. Ainda assim, segundo ele, seus esforços não foram suficientes. A "concentração" de sangue foi encontrado na frente de sua lareira, perto de uma série de facas entre elas uma 'faca de desossar'.
O suspeito, segundo o promotor, era um "experiente homem abate" que sabia como usar facas. Mas a acusação enfatizou que o suspeito teria mentido sobre sua carreira militar. "O réu disse às pessoas que ele teve uma carreira nas forças armadas e que tinha se destacado durante o serviço militar. Ele simplesmente nunca serviu no Exército." Bridger, como apontou a acusação, trabalhava em um matadouro, entre 2009 e 2012. E na época do desaparecimento de April, o suspeito estava trabalhando em um albergue.
Entre as provas contra o réu, a acusação também citou o depoimento da melhor amiga de April, que disse ter visto a vítima "feliz e sorridente" entrar na Land Rover do suspeito perto de sua casa em Machynlleth, no Reino Unido.
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O corpo de April nunca foi encontrado. Mas, segundo Evans, o próprio suspeito teria admitido que levou a garota embora e que ela estaria morta.
Em sua defesa, Bridger afirmou ter atropelado a garota com sua Land Rover, colocado-a em seu carro e a teria levado para os arredores da aldeia para se livrar do corpo. Porém, o suspeito disse que não conseguia se lembrar do que aconteceu depois disso, pois estava muito bêbado.
A promotoria contestou a defesa. "Bridger sequestrou April. Ele a matou para tentar encobrir o que tinha feito. Suas ações foram sexualmente motivadas. Ele sabe muito bem o que fez com a garota, mas opta por não dizer", disse Evans. "Ele está jogando e fingindo não saber o que fez com ela. É um jogo para tentar se salvar", acrescentou.
Durante a abertura do julgamento, segundo o jornal britânico "Daily Mail", Bridger soltou algumas lágrimas no banco dos réus ao ouvir a ligação da mãe de April ao disque-denúncia. Entre soluços e gritos, Coral Jones disse ao policial: "Por favor, por favor... minha filha foi raptada, minha filha...".
As lágrimas, no entanto, não pareceram comover a acusação. "Além de pornografia infantil e fotos de meninas, o réu também tinha interesse no assassinato de crianças e casos de estupro. E você [o júri] terá que decidir se a menina de cinco anos foi sequestrada e assassinada ou atropelada acidentalmente." O julgamento de Bridger pode durar sete semanas, segundo o juiz.
O caso
April, de cinco anos, andava de bicicleta e brincava com os amigos perto de sua casa na cidade de Machynlleth, quando outras crianças a viram entrar em uma caminhonete, aparentemente por vontade própria, na tarde do dia 1º de outubro do ano passado.
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