Morte de presidente agita sucessão no Irã e adiciona camada à crise do país
A morte do presidente do Irã surge como um tema complexo e relevante no início dessa semana. Embora ele não seja a figura mais central no processo decisório do país, seu falecimento precoce ocorre em um período particularmente sensível. Este evento coincide com o processo de sucessão de Ali Khamenei, o Líder Supremo do Irã, ampliando as incertezas já existentes. O Irã enfrenta diversos dilemas domésticos, regionais e internacionais, e a morte de seu presidente provavelmente intensificará as disputas internas de poder na alta cúpula do governo.
Nos últimos anos, o Irã está imerso em uma série de significativos problemas políticos. O programa nuclear iraniano persiste como fonte de tensão internacional, especialmente com os Estados Unidos e Israel, complicado por negociações intermitentes, sanções e ameaças militares. As sanções econômicas ocidentais têm deteriorado a economia iraniana, resultando em alta inflação e desemprego, o que diminui a qualidade de vida e eleva o descontentamento interno.
O governo também enfrenta críticas severas por sua gestão no campo dos direitos humanos, manifestando-se na repressão a protestos, restrições à liberdade de imprensa e discriminação contra minorias. Além disso, o país tem sido palco de numerosas respostas a passeatas que acabam em violência policial.
Problemas de corrupção e ineficiência na governança são persistentes, com frustração popular quanto à falta de transparência nas instituições públicas. Essas questões estão interconectadas e exacerbam a incerteza e volatilidade, impactando tanto a estabilidade interna quanto as relações exteriores do Irã.
A sucessão do Líder Supremo do Irã, Ali Khamenei, reveste-se, portanto, de uma complexidade e incerteza consideráveis, dado o seu longo período de influência desde 1989 e sua avançada idade que levanta questões sobre sua saúde e a gestão nos próximos anos.
No sistema político iraniano, a Assembleia de Especialistas, composta por clérigos, é encarregada de escolher, supervisionar e, se necessário, destituir o Líder Supremo. Para ser considerado apto, um sucessor precisa demonstrar fé e lealdade à Revolução Islâmica, bem como aos princípios do governo teocrático do Irã.
Além disso, o apoio do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, em inglês) é crucial, dada a sua influência nos rumos do país. A capacidade de manter a estabilidade e continuidade do regime também é um critério vital, pois o Irã valoriza a ordem e a prevenção de qualquer instabilidade interna.
Mojtaba Khamenei, filho de Ali Khamenei, tem sido apontado como possível nome para suceder seu pai, mas sua escolha poder ser interpretada como nepotismo e potencialmente pode gerar controvérsia devido ao aumento de sua influência nos círculos políticos e religiosos. Paralelamente, Ebrahim Raisi, que era o atual presidente do Irã e ex-chefe do Judiciário - conhecido por sua postura conservadora e lealdade ao regime - também vinha sendo considerado um possível candidato.
Com sua morte, o desafio, agora, passa, para Khamenei, por gerenciar o equilíbrio de poder entre as elites políticas e religiosas do Irã em um momento chave de sua sucessão. A incerteza sobre quem poderia ser o próximo líder e como a transição ocorrerá adiciona uma camada de instabilidade à já complexa política interna e externa do Irã em tempos de polarização, crise sistêmica e guerras no entorno.
12 comentários
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.
Dawerson Cavalheri Chiodetto
Haddad com seu despreparo está afundando o Brasil. A Uol e a Globo compradas nunca te falarão isso. Procure se informar sua marionete sem carater e veja que nossa economia está com os péssimos números iguais da pandemia onde estava tudo fechado. Entenda de uma vez que se Lula mandar a Uol e a Globo publicar que a Erundida é a mulher mais sexy do mundo, eles farão !!!!!!!!!!!!!!!!! Cabe a você acordar urgente e perceber que está sendo enganado ao invés de ainda concordar com esses absurdos que eles publicam diariamente te manipulando.
Márcio Della Rosa
Mas o "líder supremo" seria o aiatolá, que manda e desmanda nas decisões do "presidente", talvez uma figura decorativa que obviamente só existe para validar o status de "república" de um regime autocrático e sanguinário que professa uma espécie sui generis de Islã (que nem mesmo seus seguidores assim identificam)... Precisaria colocar em diversos aviões e helicópteros (possivelmente obsoletos e sem a devida manutenção) TODO o estafe governamental: aiatolá, funcionários estatais comprometidos com o regime, oficiais das forças armadas cúmplices do Estado, guarda revolucionária e muitos cúmplices civis, e deixar que voassem durante mau tempo em uma região montanhosa de difícil acesso... Talvez, assim, os persas pudessem sonhar em viver em liberdade que não têm desde a época do xá, muito antes da "revolução islâmica" promovida pelo "líder espiritual" que decretava sentenças de morte...
João Luís Nery
Agitação KKKKKK. Um cara chamou Irã de republica no rádio. Sõ faltou dizer republica democratica. Ninguem fala claramente que é uma ditadura assassina que financia o terrorismo internacional. Os aiatolas vao achar outro com mesmas ou piores qualificações do ex.