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Militar que vazou dossiê ao Wikileaks é inocentado da acusação de ajudar inimigos

Do UOL, em São Paulo

30/07/2013 14h16Atualizada em 30/07/2013 16h58

Uma juíza militar dos Estados Unidos considerou o soldado Bradley Manning inocente da acusação de ajudar o inimigo. Essa era a mais grave das acusações contra o soldado, que vazou informações confidenciais do Exército dos EUA para o site Wikileaks, para a qual o governo dos EUA pedia prisão perpétua --sem possibilidade de liberdade condicional.

Manning, no entanto, ainda pode ir para a cadeia por violar artigos da Lei de Espionagem americana. Nesta terça-feira (30), a juíza Denise Linden, encarregada do caso, considerou Manning culpado da maioria de 21 acusações criminais, pela divulgação de mais de 700 mil documentos sigilosos. A soma das sentenças, que devem ser lidas amanhã, pode passar de 136 anos de prisão, segundo especialistas.

Manning confessou ser a fonte que entregou ao Wikileaks mais de 250 mil despachos diplomáticos e vídeos de ataques aéreos que mataram civis durante as incursões do Exército americano no Iraque e no Afeganistão. Os dados foram enviados por Manning na época em que ele atuava como analista de inteligência no Iraque, em 2009 e 2010.

O dossiê vazado por Manning também revelou casos de presos detidos há anos sem direito a julgamento na prisão de Guantánamo.

"Radicalismo perigoso"

O Wikileaks, que revelou milhares de informações confidenciais dos EUA, classificou a sentença contra o soldado Bradley Manning de "radicalismo perigoso" da segurança nacional por parte da Administração Obama.

Em sua conta no Twitter, o portal da organização afirma que a declaração de culpabilidade de Manning por violar a lei de espionagem americana constitui um "precedente muito sério", que pode causar prejuízos ao jornalismo investigativo.

Um grupo de cerca de 30 pessoas se reuniu do lado de fora do Fort Meade antes da leitura do veredito, em sinal de apoio a Manning. Para esses ativistas antissigilo, a ação do soldado é vista como um foco de luz sobre as operações obscuras dos Estados Unidos no exterior.(Com agências internacionais)