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Secretários dos EUA encaram sabatina no Senado para tentar apoio à ação na Síria

Do UOL, em São Paulo

03/09/2013 20h00

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, o de Defesa, Chuck Hagel, e o general Martin Dempsy, chefe do Estado-maior conjunto norte-americano, participaram de uma extensa sabatina no Senado, nesta terça-feira (3), realizada por integrantes da Comissão de Relações Exteriores para esclarecer a intenção do presidente Barack Obama de intervir militarmente na Síria.

O intuito do governo é conseguir apoio político para a ação no país árabe, mas Kerry, que disse ainda não saber qual será a decisão do presidente, voltou a afirmar que Obama tem o direito constitucional de agir mesmo sem o aval do Congresso.

Os três secretários defenderam a ideia de que os EUA têm mais a perder se “não fizerem nada” a respeito do uso de armas químicas pelo regime de Bashar Assad.

Com base em relatórios da inteligência norte-americana, o governo afirma que foram usados agentes químicos, como sarin, no ataque a civis em Damasco, no dia 21 de agosto, que teria resultado em mais de 1.400 mortes, incluindo crianças.

"Este não é o momento para o isolacionismo. Este não é o momento para sermos espectadores de um massacre", disse Kerry à Comissão de Relações Exteriores do Senado.

"Nem nosso país, nem nossa consciência podem se permitir o custo do silêncio", pediu o secretário de Estado.

Kerry defendeu fervorosamente ataques punitivos à Síria após o presidente Barack Obama postergar a decisão sobre a ação militar até obter a aprovação do Congresso, que volta às atividades na próxima segunda-feira (9).

“Reduzir a capacidade” do uso de armas químicas

De acordo com o secretário de Defesa, Chuck Hagel, o objetivo do ataque à Síria, sem a participação de tropas norte-americanas “em solo”, seria “reduzir a capacidade” do regime de Assad de voltar a usar armas químicas.

"Acreditamos que podemos alcançar [esse objetivo] com uma ação militar de duração e alcance limitados", afirmou Hagel, lembrando que não se trata "de resolver o conflito na Síria por meio da força militar direta".

Manifestação contrária

Alguns poucos manifestantes contrários à intervenção dos EUA na Síria acompanharam a audiência no Senado com cartazes afirmando que “os americanos dizem não à guerra”. Alguns deles chegaram a ser retirados do plenário após gritarem em protesto.

  • Mark Wilson/Getty Images/AP

    Manifestante interrompe a audiência no Senado dos EUA onde secretários de Estado eram ouvidos sobre detalhes de uma possível intervenção militar na Síria

"Ban Ki-moon disse não à guerra (...). Os americanos não querem isto", esbravejou um homem, que teve de deixar o local, referindo-se ao Secretário-Geral das Nações Unidas.

Uma pesquisa de opinião divulgada nesta terça-feira indica que a maioria da população não concorda com a ação militar.

Até o fim desta terça-feira, o Senado deve redigir uma resolução sobre o uso da força militar na Síria e votá-la amanhã, segundo o presidente do Comitê de Relações Exteriores, Robert Menendez.

O texto pode permitir constitucionalmente que Obama intervenha na Síria, desde que com a garantia de que a ação tenha tempo determinado e sem tropas no país. (Com agências internacionais)