Rússia suspeita que ataque químico na Síria foi provocação dos rebeldes
A Rússia ainda suspeita que o ataque com gás venenoso, em 21 de agosto, nos arredores de Damasco, na Síria, foi realizado por forças rebeldes para provocar uma intervenção estrangeira, afirmou, nesta terça-feira (17) o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, ao fim de um encontro com o colega francês Laurent Fabius em Moscou.
“Temos razões muito sérias para pensar que foi uma provocação”, disse antes de admitir, assim como Fabius, que Rússia e França têm “enfoques distintos” sobre a forma de solucionar a crise na Síria.
França, Estados Unidos e Reino Unido, assim como outros países ocidentais, culpam o regime de Bashar al-Assad pelo ataque que deixou mais de 1.400 mortos.
"Quando você olha para a quantidade utilizada de gás sarin, os vetores, as técnicas por trás do ataque, bem como outros aspectos, parece não haver dúvida de que o regime (Assad) está por trás”, disse Fabius.
Rússia critica relatório da ONU
O chanceler russo também criticou o relatório da ONU publicado na segunda-feira (16) que confirma o uso de gás sarin no ataque químico do dia 21 de agosto. Para Lavrov, o documento não responde todas as perguntas sobre o caso.
O relatório da ONU não aponta culpados pelo ataque químico.
Síria acusa ocidente de apoiar terrorismo
A Síria acusou nesta terça-feira os países ocidentais, começando pelos Estados Unidos, de tentativa de impor sua vontade ao povo sírio e de apoio à Frente Al-Nusra, ligada à Al-Qaeda.
Em um comunicado, o ministério das Relações Exteriores sírio afirma que “Estados Unidos, França e Reino Unido levantaram o véu sobre seu verdadeiro objetivo [..] que é impor sua vontade ao povo sírio”.
A nota afirma ainda que estes países “apoiam os grupos terroristas armados vinculados à Frente Al-Nusra”.
Damasco responde assim à intenção dos países ocidentais de aumentar o apoio à oposição síria.
“O suposto apoio dos Estados Unidos e de seus aliados a uma solução política à crise na Síria [...] contradiz suas tentativas permanentes [...] de impor suas condições e apoiar grupos que praticam a violência e o terrorismo na Síria”, completou o ministério.
“Bashar al-Assad é o presidente legítimo eleito pelo povo sírio e continuará sendo enquanto o povo sírio assim desejar. O presidente Assad exerce suas prerrogativas de acordo com a Constituição aprovada pelo povo sírio”, conclui. (Com Reuters e AFP)
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